O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação vai avançar na construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que tem o objetivo de garantir a autonomia do país na produção de radioisótopos para uso na medicina e para apoiar pesquisas científicas na área nuclear. O anúncio foi feito pela ministra Luciana Santos, que acompanha a visita oficial do presidente Lula ao país vizinho.
A Argentina é parceira estratégica do Brasil no desenvolvimento do RMB. Para 2023 e 2024, estão previstos investimentos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para o empreendimento, incluindo a contratação de empresa argentina para a elaboração do projeto detalhado da planta de processamento de radioisótopos.
Segundo a ministra, as relações bilaterais com a Argentina serão, a partir de agora, intensificadas, com a retomada de projetos que foram paralisados. “A agenda mais importante de cooperação científica na América Latina é com a Argentina. É uma agenda muito diversa, que vai desde as parcerias no Reator Multipropósito até a formação de especialistas no âmbito do Cabbio. Vamos avançar tanto com o Reator Multipropósito quanto o projeto SABIA-Mar, que vai apoiar o monitoramento na região”, explicou a ministra.
O projeto SABIA-Mar prevê a construção e operacionalização de dois satélites de sensoriamento remoto para monitoramento dos oceanos e zonas costeiras da região que compreende o Brasil e a Argentina. No encontro com o ministro Daniel Filmus, em Buenos Aires, Luciana Santos destacou o avanço da Plataforma Multimissão (PMM), que é a base para o satélite SABIA-Mar e atingiu o grau máximo de maturidade com o satélite Amazonia 1, que está operando em órbita, com sucesso, desde 2021.
Já o Centro Latino-Americano de Biotecnologia (Cabbio) foi criado em 2020 com base no centro binacional implantado em 1986. Atualmente, também conta com a participação de Uruguai e Colômbia. Ao longo de sua história, mais de 125 projetos foram apoiados e mais de 5,5 mil pesquisadores capacitados.
“O Cabbio é uma demonstração de que a cooperação científica pode impulsionar e consolidar a integração regional”, ressaltou a ministra Luciana Santos.