O aditivo de contrato assinado entre a CSN e o governo Federal, em dezembro do ano passado, que permite à concessionária devolver o trecho Salgueiro-Suape na Transnordestina tomou conta de boa parte do almoço da governadora Raquel Lyra com os três senadores pernambucanos, nesta sexta-feira (10).
Ao sair do encontro com a chefe do execuivo, que ocorreu no Palácio do Campo das Princesas, o senador Humberto Costa (PT) foi logo lembrando que a decisão foi tomada no governo de Jair Bolsonaro (PL). “Tenho visto aí alguns deputados muito assanhados para atacar o governo Lula, mas que ficaram calados no período em que isso foi feito”, disse ele, referindo-se a assinatura do aditivo que exclui o estado.
Na opinião do deputado, a decisão atende exclusivamente ao dono do empreendimento, uma vez que, diz Humberto, ele não só controla a ferrovia como tem áreas importantes no próprio Porto de Pecém.
“A nossa postura é muito firme no sentido de dizer que não há qualquer nível de concordância com a possibilidade do trecho que vai até Suape não fazer parte dessa estratégia”, assegurou.
“O nosso compromisso, na conversa que assumimos com a governadora, é serrarmos fileiras contra essa ideia de privilegiar o roteiro que vai até o Porto de Pecém em detrimento do roteiro que vai até Suape”.
Na reunião que haverá com o ministro da Civil Civil, Rui Costa, Humberto disse que o assunto será tratado em detalhes. “Tivemos também informação de que o ministro dos Transportes, que é responsável pela área, não participou dessa discussão. É algo que parece que não teve uma ação coordenada com o conjunto do governo”, lembrou.
O parlamentar acrescentou que, se for necessário, levando-se em conta o espaço de tempo mais curto, pode ir direto ao presidente Lula. “Tenho absoluta convicção de que ele jamais permitirá que nós tenhamos uma obra com esse caráter estruturador beneficiando apenas um ou dois estados”, garantiu.
Segundo Teresa, além do custo menor, o trecho Salgueiro-Suape também está em um estágio bem adiantado em relação ao restante. “Vale a pena a gente seguir adiante, inclusive com o que a gente já tinha planejado: pedir uma reunião com o ministro da Casa Civil e, se houver necessidade, irmos com Lula. E a governadora, se quiser, pode ir conosco”, acrescentou.
O senador Fernando Dueire (MDB), que classificou a reuinão com a govenadora como oportuna e correta, disse que a representação de Pernambuco no Senado precisa estar junta dos programas e projetos que as prefeituras têm discutido com a governadora e com os projetos do próprio estado.