Pesquisadores do Observatório Nacional encontram anel em torno de asteroide

Descoberta foi publicada na edição da revista Nature de fevereiro

Pesquisadores do Observatório Nacional (ON), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), comemoram mais uma descoberta. Desta vez, a equipe, em colaboração com outros estudiosos, encontrou um anel improvável em torno do asteroide Quaoar. O estudo foi publicado na edição da revista Nature, do dia 8 de fevereiro.

O pequeno corpo no nosso Sistema Solar é conhecido como um objeto transnetuniano (TNO), uma vez que orbita a região além do planeta Netuno. O asteroide está 41 vezes mais distante do que a distância entre a Terra e o Sol. Tem 1 mil km de diâmetro e pode ser considerado um planeta-anão. O estudo foi liderado pelo astrônomo brasileiro Bruno Morgado, professor do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutor em Astronomia pelo ON.

De acordo com Morgado, existem várias teorias possíveis para a formação dos anéis, porém a mais provável é de que houve uma colisão entre o asteroide Quaoar e um outro objeto, e os detritos desse último proporcionaram o surgimento do anel. “Não se sabe ainda em quanto tempo se dá a formação do anel. A gente sabe que é esperado que um anel que se encontre fora do Limite de Roche iria se tornar um satélite na ordem de 10 a 20 anos, mas os anéis podem ser estáveis e ter a idade do Sistema Solar ou qualquer valor no meio do caminho”, disse ele.

Anteriormente, estudos já tinham encontrado anéis em torno de pequenos corpos. É o caso no asteroide Chariklo (2013), e no planeta anão Haumea (2017). Esta é a terceira descoberta de anéis ao redor de um pequeno corpo. “Agora os anéis podem ser instáveis e ter a idade do Sistema Solar”, frisa o pesquisador, lembrando que o asteroide tem implicações na astronomia. “Entender esta física é o grande mistério. O Quaoar traz mais perguntas do que respostas”, salienta.

O estudo foi desenvolvido como parte da colaboração Lucky Star, sob a liderança do Bruno Sicardy do Observatório de Paris (França) e só foi possível graças a uma colaboração mundial envolvendo astrônomos profissionais e amadores. O estudo contou com a participação de pesquisadores de diversos institutos de todo o mundo.

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