Dia Nacional de Prevenção à Obesidade: Para especialista, problema vai além das mudanças dietéticas e da prática regular de exercícios

Nutricionista Tarcísio Santana Gomes indica que comportamentos alimentares desordenados podem incorrer em ganho de peso – saúde mental está relacionada;

Data é celebrada no dia 11 de outubro e visa conscientizar a sociedade sobre a importância do cuidado com o corpo para a prevenção e informar sobre os diferentes riscos da doença.

Considerada uma epidemia global, a obesidade afeta milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, mais de 6 milhões de pessoas enfrentam a doença, segundo dados divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde. Especialistas afirmam que este problema crônico tende a piorar com o passar dos anos, caso o paciente não seja submetido a um tratamento adequado e contínuo.

Segundo o mestre em nutrição Tarcísio Santana Gomes, coordenador do referido curso na Faculdade Unime Anhanguera, a obesidade pode reduzir a qualidade de vida, pois está relacionada a outras doenças como diabetes, doenças cardiovasculares, asma, gordura no fígado e até alguns tipos de câncer. O especialista aponta, que a Organização Mundial da Saúde (OMS), inclusive, apresenta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.

Sobre a importância do 11 de outubro, data em que se celebra o Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, Tarcísio diz que é primordial disseminar conhecimento a fim de se entender a complexidade do assunto. “Essa iniciativa tem por objetivo alertar sobre os diferentes riscos que a doença apresenta e conscientizar sobre a importância do cuidado com o corpo para a prevenção. A OMS estima que até 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estarão com sobrepeso, e 700 milhões em situação de obesidade. Por isso é tão urgente ampliarmos esse debate”, destaca.

O especialista exemplifica ainda, que o combate à obesidade vai além das mudanças dietéticas e da prática regular de exercícios. “Cada vez mais, estudos mostram que, muitos fatores estão relacionados, como a própria saúde mental, que é um fator crucial na gestão e prevenção dessa enfermidade. Apesar dessa correlação ainda ser complexa, é possível afirmar, cientificamente, que sintomas como ansiedade, estresse crônico e a depressão podem levar a comportamentos alimentares desordenados, o que implica no aumento do consumo de alimentos ricos em calorias e açúcares e, por consequência, resulta em ganho de peso”, explica.

Por fim, Tarcisio dá algumas dicas e orientações acerca dos cuidados com a obesidade. Confira:

Compulsão alimentar: depressão e transtornos de ansiedade, podem levar a episódios de compulsão alimentar, nos quais uma pessoa consome grandes quantidades de comida de forma descontrolada e muitas vezes com sentimento de culpa depois;

Alterações hormonais: A saúde mental afetada pode influenciar os sistemas hormonais que regulam o apetite e o metabolismo. Isso pode levar a mudanças nos padrões alimentares e no processamento de nutrientes, contribuindo para o aumento do peso;

Estilo de vida sedentário: Problemas de saúde mental, como depressão, podem reduzir a motivação para se envolver em atividades físicas. O sedentarismo está associado ao ganho de peso e à obesidade;

Medicamentos psicotrópicos: Alguns medicamentos usados no tratamento de condições de saúde mental podem ter efeitos colaterais que contribuem para o ganho de peso. Isso pode incluir medicamentos que aumentam o apetite ou afetam o metabolismo;

Falta de autocuidado: Quando a saúde mental é comprometida, a capacidade de cuidar de si mesmo, incluindo a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de exercícios, pode ser prejudicada, o que pode contribuir para o ganho de peso;

Fatores genéticos e neurobiológicos: Algumas pesquisas sugerem que existem ligações genéticas e neurobiológicas entre a saúde mental e a regulação do peso corporal. Distúrbios que afetam esses sistemas podem contribuir tanto para problemas de saúde mental quanto para a obesidade;

Alimentos ricos em gorduras saturadas: Estes alimentos aumentam o colesterol LDL. Evite ou limite o consumo de carnes gordurosas, pele de frango, laticínios integrais, manteiga, banha de porco e alimentos fritos;

Alimentos ricos em gorduras trans: As gorduras trans são encontradas em muitos alimentos processados e frituras. Elas não só aumentam o colesterol LDL, mas também diminuem o colesterol HDL. Leia os rótulos dos alimentos e evite produtos que contenham “gordura vegetal hidrogenada” ou “gordura parcialmente hidrogenada”;

Carnes processadas: Bacon, salsichas, linguiças e outros produtos de carne processada são ricos em gorduras saturadas e sódio, o que não é bom para o coração;

Bebidas açucaradas: Refrigerantes e outras bebidas açucaradas podem contribuir para o ganho de peso e aumentar o risco de problemas cardiovasculares;

Óleos vegetais refinados: Óleos vegetais refinados, como o óleo de milho, óleo de soja e óleo de canola, podem ser ricos em gorduras ômega-6, que o seu consumo em excesso pode promover inflamação;

Álcool em excesso: O consumo excessivo de álcool pode levar ao aumento dos níveis de triglicerídeos e contribuir para o ganho de peso, o que pode afetar o perfil lipídico.

Procure sempre uma orientação profissional, com um médico, nutricionista e psicólogo.

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