O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu nesta quarta-feira, 25, a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano. A troca do comando no banco público era aventada desde julho, como parte do acordo com o presidente da Câmara dos Deputado, Arthur Lira, para o governo ampliar a base aliada. Carlos Antônio Vieira Fernandes, servidor da Caixa e ex-presidente do Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, assumiu o cargo.
Em nota, o Palácio do Planalto afirma que Lula agradeceu o trabalho e dedicação de Serrano no exercício do cargo. “Serrano cumpriu na sua gestão uma missão importante de recuperação da gestão e cultura interna da Caixa Econômica Federal, com a valorização do corpo de funcionários e retomada do papel do banco em diversas políticas sociais, ao mesmo tempo aumentando sua eficiência e rentabilidade, ampliando os financiamentos para habitação, infraestrutura e agronegócio. Na gestão de Serrano foram inauguradas 74 salas de atendimento para prefeitos em todo o país, cumprindo um compromisso de campanha”, escreveu o governo.
Sobre a nomeação de Carlos Vieira, o governo afirma que o economista dará “continuidade ao trabalho da Caixa Econômica Federal na oferta de crédito na nossa economia e na execução de políticas públicas em diversas áreas sociais, culturais e esportivas”. Vieira atuou no Ministério das Cidades nas gestões de Gilberto Occhi, nome ligado ao PP, e do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) durante o governo Dilma Rousseff.
Agenda econômica lenta
A troca acontece em um momento de paralisia da agenda econômica do governo no Congresso. A votação da taxação dos fundos exclusivos e offshores foi adiada seguidas vezes nas últimas semanas. O projeto é prioritário para o Ministério da Fazenda, que tenta zerar o déficit nas contas públicas em 2024 e quer levantar R$ 20 bilhões com essas medidas em 2024. Com a mudança no banco, e indicação de Lira, as pautas devem destravar.
Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, em setembro, Lira afirmou que nomes do centrão seriam indicados para o comando da Caixa. Na ocasião, ele disse que o acordo fazia parte da composição realizada pelo governo para fortalecer sua base aliada no Congresso. Ao jornal, o presidente da Câmara afirmou que as indicações políticas para o comando do banco não podem ser criminalizadas por si só.
Fonte: Exame