Faltando exatos 20 dias para mais uma comemoração pelo nascimento do eterno Rei do Baião Luiz Gonzaga, pesquisadores cobram do Governo Raquel Lyra a definição de uma política cultural alusiva ao aniversário do músico, que se estivesse vivo, faria 111 anos no próximo dia 13 de dezembro.
Essa questão, no entanto, não reside apenas na atual gestão. O jornalista Ney Vital define que Identidade Cultural no mundo globalizado é fator de atração turística e desenvolvimento econômico e social.
“Nesta definição, viemos através de Carta Aberta, alertar, aqui, ao atual Governo do Estado de Pernambuco, Governo Federal e prefeitura de Exu pela inoperância no trato com a vida e obra de Luiz Gonzaga. Neste sentido é inacreditável, mas já era para haver uma consolidação no calendário do governo do Estado como a data 13 de dezembro, dia nascimento de Luiz Gonzaga, o Mestre da Sanfona, primordial para a cultura e o movimento da economia da região e o convívio com a seca”, afirma.
“É preciso dizer, refletir, que estamos bem próximos da semana de 13 de dezembro, data do aniversário de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e ainda não se tem uma programação oficial da Semana Gonzagueana de Cultura, em Exu, berço do sanfoneiro e local onde Dominguinhos tocou pela última vez. Parodiando a linguagem de Patativa do Assaré, poeta, voz também dos gonzagueanos espalhados por todo este Brasil, especialmente em Pernambuco e demais Estados que compõem o Nordeste: ‘já passamos setembro, estamos em outubro e cadê as falas em favor da cultura e da indústria da sanfona, triângulo e zabumba, discursos em defesa do compromisso com a cultura e arte?’”, diz.
Mas a pergunta, segundo Ney Vital, é a seguinte: qual a programação da semana, que deveria ser divulgada no mínimo trinta dias antes do 13 de dezembro? Palestras, seminários?
“Percebam como temos perguntas. Qual o motivo da cultura continuar a ser tratada como algo secundário? A necessidade de distribuição mais democrática dos recursos para a cultura gonzagueana e forrozeira continuam desafiando os modelos que deveriam buscar menos desigualdade social”, completa o jornalista, considerado um dos grandes estudiosos da obra do Velho Lua.
“Em nome de Dominguinhos e Luiz Gonzaga, tá na hora de consolidar no calendário o mês de dezembro em Exu e em cada município que a cultura garanta emprego e renda. Exemplo: Exu tem que ser visto pelo Governo Federal e do Estado como lugar histórico cultural. É urgentíssimo mais valorização para o setor cultural gonzagueano”, pontua.
Planejamento
Para o professor de História José Urbano – que é membro da Academia de Cultura, ex-presidente do Conselho de Cultura de Caruaru, radialista e pesquisador da Cultura Nordestina -, “sem um planejamento, do Poder Público ou Privado, a situação fica inviável“.
“A cidade de Exu é pequena, a estrutura de turismo (hotel, pousadas, restaurantes) e precisa uma estrutura de eventos (som, iluminação, mobilidade, divulgação…). Luiz Gonzaga é um artista de expressão nacional. Sem planejamento, o amadorismo compromete as homenagens. Na última vez que fui de Caruaru, a 500 km de distância, só consegui hospedagem na Serra do Araripe, a 16 km de Exu. Turismo requer planejamento, investimentos, segurança e conforto. Luiz Gonzaga merece toda a atenção e planejamento, é o mínimo de retribuição por tudo que ele fez e continua fazendo por Pernambuco e mais ainda a cidade de Exu, seu pé de serra”, avalia.