A Promotoria da Saúde e do Idoso de Paulista desencadeou, na última quinta-feira (23), uma ação conjunta com a Polícia Civil/Delegacia de Maria Farinha, Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros, Secretaria Municipal de Políticas Sociais e Direitos Humanos e a Gerência do CAPS AD, para apurar denúncias do funcionamento clandestino de uma comunidade terapêutica no bairro de Nossa Senhora do Ó, em Paulista. A casa, que funcionava na Rua Tancredo Messias, 385, foi interditada após constatadas as irregularidades.
De acordo com a Promotora Rafaela Melo de Carvalho Vaz, que esteve à frente da operação, 20 pessoas encontravam-se no local, entre elas três idosos. A Vigilância Sanitária e o Corpo de Bombeiros constataram que a casa de acolhimento não tinha documentos, licenças e alvarás de funcionamento. Os policiais da Delegacia de Maria Farinha apreenderam prontuários dos pacientes, receitas médicas sem assinaturas médicas e outros materiais que farão parte da investigação policial.
A partir de uma articulação da Promotoria da Saúde e do Idoso de Paulista com as secretarias municipais de Políticas Sociais e de Saúde, os idosos foram encaminhados para uma Instituição de Longa Permanência (ILPI Ana Paula) e alguns jovens receberam acolhimento no Projeto Purim Comunidade Terapêutica Masculina de Paulista, para tratamento em decorrência do uso e dependência de álcool e outras drogas. Outros voltaram para a casa de familiares.
A ação só foi possível porque, dias atrás, o Conselho Tutelar e a DPCA estiveram na clínica para resgatar dois adolescentes que estavam retidos no local. Os jovens, que denunciaram ter sofrido maus tratos na casa, foram encaminhados à delegacia e ao Instituto de Medicina Legal (IML) para exame de corpo de delito. Constatada a irregularidade, a DPCA instaurou o procedimento, que ainda está na fase de averiguações. A proprietária da clínica também já foi ouvida.