O Ministério da Justiça e Segurança Pública demitiu nesta sexta-feira (26.jan.2024) o delegado da PF (Polícia Federal) Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho da função de coordenador de Aviação Operacional da Coordenação-Geral de Apoio Operacional da diretoria-executiva da corporação. A decisão foi publicada no DOU (Diário Oficial da União).
O delegado é alvo de uma investigação da PF que indica que a alta direção da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) teria usado o órgão para espionagem ilegal. À época, ele era secretário de Planejamento e Gestão da Abin.
Além de Coelho, o ex-diretor-geral da agência e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) também é citado no inquérito. O congressista chefiou o órgão durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) de julho de 2019 até março de 2022.
Na quinta-feira (25.jan), a PF deflagrou uma operação que cumpriu mandados de busca e apreensão de policiais federais da agência. A decisão (íntegra – PDF – 313 kB) que autorizou a operação foi do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. Ele pediu a suspensão imediata do exercício das funções públicas de Carlos e outros 6 investigados.
“As apurações internas, conforme comprovado pela Polícia Federal, realizadas sobre a utilização da solução tecnológica na ABIN, teriam sido obstadas por interferência dos ‘delegados de entonces’, identificados como Alexandre Ramagem Rodrigues (ex-diretor-geral da Abin), e Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho (ex-secretário de Planejamento e Gestão e ex-diretor-adjunto)”, diz trecho do documento.
ENTENDA O CASO
A operação da apura suposta espionagem ilegal realizada pela Abin, uma continuação das investigações iniciadas em outubro de 2023.
Na época, a PF disse que a rede de telefonia brasileira teria sido invadida “reiteradas vezes”, com o uso do sistema de geolocalização da Abin adquirido com recursos públicos. O intuito seria espionar adversários políticos.
Fonte: Poder 360