Após 14 anos de obras, ministra da Saúde anuncia inauguração de fábrica da Hemobrás na véspera de visita de Lula a Pernambuco

Obra da Hemobrás foi paralisada em novembro de 2016 — Foto: Reprodução/TV Globo

O governo federal vai inaugurar, na quinta-feira (4), a nova fábrica de Fator VIII Recombinante da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). Feita sob a promessa de tornar o Brasil autossuficiente na produção de hemoderivados, a construção do complexo fabril, localizado no município de Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, se arrasta desde 2010 e foi alvo de investigação, chegando a ser paralisada em 2016.

A fábrica de Fator VIII Recombinante, que contou com investimentos de R$ 1,2 bilhão, foi concluída no fim do ano passado e será inaugurada seis meses depois do previsto. Ela é uma das duas unidades que faltam para que todo o complexo industrial seja entregue, o que deve acontecer em 2025.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (3) pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, em entrevista coletiva no Recife, um dia antes da visita do presidente Lula (PT) a Pernambuco.

Além da fábrica em Goiana, o presidente participa de eventos em Arcoverde, no Sertão do estado, onde inaugura a estação elevatória de água bruta da Adutora do Agreste, e na capital pernambucana, onde sanciona a lei que cria o Sistema Nacional de Cultura.

De acordo com a Hemobrás, a nova fábrica tem capacidade para produzir, anualmente, 1,2 bilhão de unidades internacionais (UIs) do medicamento, utilizado no tratamento de hemofilia tipo A.

A previsão é que, após um processo de qualificação junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os medicamentos de produção 100% nacional comecem a ser distribuídos no Sistema Único de Saúde (SUS) no final de 2025.

“Ela [a fábrica] tem uma importância estratégica porque nós não podemos ser dependentes de produtos que são tão especiais em várias situações de problemas de saúde, desde doenças raras, como é o caso da hemofilia, até problemas de queimaduras (…). Do ponto de vista econômico, significa autonomia frente a medicamentos essenciais, domínio de uma tecnologia e capacidade de expansão até para novas tecnologias, além da redução de custo”, explicou a ministra Nísia Trindade.

Segundo o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadêlha, com o funcionamento da fábrica, o valor dos medicamentos repassado ao SUS deve ser reduzido em torno de 30%.

“Consequentemente, a gente vai ter um aumento na oferta desse medicamento, o que se traduz em qualidade de vida. Para o hemofílico, significa exatamente isso: quanto mais ele consome esse medicamento, melhor fica a condição orgânica dele de enfrentar o dia a dia”, afirmou o secretário. De acordo com o ministério, cerca de 12 mil pessoas no país têm hemofilia A.

Fonte: G1

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