Ontem, 18, ás vésperas do Dia dos Povos Indígenas, o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no Recife, divulgou dados sobre um convênio que garante atendimento a pessoas de 72 etnias.
Firmado em 2012, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena/Ministério da Saúde, o acordo prevê serviços de saúde para 196 mil indígenas de vários Estados nordestinos. São beneficiadas comunidades indígenas de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Maranhão, Bahia, Ceará, Alagoas e Sergipe.
Essas pessoas vivem, segundo a instituição de saúde, em 1.188 aldeias, que ficam em 94 municípios. Desde a implantação do projeto, 2.500 profissionais foram contratados para atuar junto aos povos originários.
Destes, 70% são indígenas que atuam em diversas categorias profissionais como enfermeiros, assistentes sociais, cirurgiões dentistas e agentes indígenas de saúde.
“A contratação de profissionais indígenas, detentores dos saberes tradicionais, tornam o Imip uma instituição inclusiva que prioriza práticas de cuidado diferenciadas e orientadas para soluções dos problemas vivenciados pelos povos originários”, afirma Maria de Lourdes Moreira, coordenadora da Saúde Indígena do Imip.
Em 2023, o Imip, a convite do Ministério da Saúde, criou a fórmula de nutrição para combater a desnutrição infantil durante a crise humanitária da população Yanomami no Norte do país.
Data
O dia 19 de abril foi o escolhido desde 1943 para homenagear os povos indígenas brasileiros e suas diversidades. A data é importante para contribuir para a preservação da cultura e história desses grupos.
O Imip ressalta o compromisso histórico de proporcionar atenção especializada à saúde dos povos indígenas, numa parceria crucial em benefício dessa população no nordeste.
“São mais de 10 anos de muita persistência e de uma consciência de construção coletiva, reafirmando nosso compromisso em cuidar da população usuária do SUS. Juntamente com o Ministério da Saúde, temos buscado aprimorar as políticas públicas voltadas à saúde das populações indígenas, respeitando as crenças e tradições desses povos”, pontuou a superintendente-geral do Imip Tereza Campos.
Segundo a Instituição, há o interesse de renovação da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígena. A meta é “garantir a esses povos o acesso à atenção integral à saúde, contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política, favorecendo a superação dos fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua cultura”, como prevê a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.