Cientistas de Pernambuco identificam planta capaz de retirar metais pesados do solo

Uma planta comumente encontrada em regiões de mata em Pernambuco pode ajudar na despoluição do solo por metais. Foi o que descobriram os pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) ao investigarem as propriedades da Capparidastrum frondosum, popularmente conhecida como feijão bravo preto, ou folha dura.

Considerada uma “hiper acumuladora”, a espécie consegue absorver altas concentrações de metais, de forma sustentável.

“Ela pode ajudar a descontaminar aqueles solos contaminados por metais pesados, a exemplo do zinco; ou pode mesmo acumular zinco em tão grande quantidade nas folhas e nos galhos que nós podemos reutilizar esse zinco na própria indústria da mineração”, explicou o professor Clístenes Nascimento, da UFRPE.

A descoberta dos cientistas aconteceu na Estação Ecológica de Tapacurá, no município de Chã de Alegria, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Apesar de o projeto ter sido iniciado em 2020, foi apenas há duas semanas que os pesquisadores identificaram a espécie hiper acumuladora de metais em Pernambuco. Até então, plantas parecidas eram estudadas pelo grupo de cientistas da UFRPE noutros países.

Encontrar vegetais com esse potencial em solo brasileiro aumenta a possibilidade de usar essas espécies para melhorar a qualidade do solo de forma natural.

“Essa planta, em particular, apesar de já ser conhecida da ciência, da botânica, não havia relato algum de que tinha essa capacidade de hiper acumular zinco”, completou o professor Clístenes Nascimento, que usa um equipamento chamado “florescência de raio-x” para medir a quantidade de metais nas folhas e caules.

Nascimento detalhou que zinco é um metal pesado considerado tóxico em concentrações elevadas e que requer correção do solo para não causar problemas para a saúde humana, dos animais e para o ecossistema.

O engenheiro agrônomo Luiz Henrique Lima, especialista em engenharia de solo, esclareceu que o uso das hiper acumuladoras pode ser benéfico para a economia, pelo baixo custo do plantio e por contribuir de forma sustentável para a retirada de metais do solo.

Fonte: g1/PE

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