O Facebook e o Instagram suspenderam contas e ocultaram publicações de perfis de fornecedores de pílulas abortivas nos Estados Unidos, segundo apuração do jornal The New York Times.
Segundo a reportagem, dois fornecedores tiveram os posts bloqueados e diversos perfis foram suspensos e deixaram de aparecer nas pesquisas e recomendações nas duas redes sociais. Os donos das contas informaram que o movimento se intensificou nos últimos dois dias.
Nos Estados Unidos, o aborto é permitido em 18 estados.
Ao jornal, a Meta, dona do Facebook e do Instagram, confirmou algumas suspensões e bloqueio das postagens. A empresa restaurou algumas contas e publicações depois que o The New York Times ter entrado em contato.
No dia 7 de janeiro, a Meta anunciou que encerrou o seu programa de verificação de fatos, começando pelos Estados Unidos. Na ocasião, Mark Zuckerberg, presidente-executivo da empresa, disse que a medida eliminaria “restrições sobre alguns assuntos que são parte de discussões na sociedade”.
Ao jornal, a Meta disse que a moderação de contas relacionadas ao aborto não possui ligação à mudança nas políticas. Mas os incidentes levantaram questões sobre se a empresa estava realmente afrouxando as restrições de fala.
Um porta-voz afirmou que os incidentes recentes ocorreram porque a plataforma proíbe a venda de medicamentos farmacêuticos sem certificação adequada. A empresa também descreveu alguns dos incidentes como “aplicação excessiva” da regra.
A empresa disse que foi bloqueada de acessar sua conta do Facebook desde novembro, e sua conta do Instagram foi suspensa na semana passada, apesar de já ter sido restaurada.
As contas do Instagram de outros fornecedores, como Women Help Women e Just the Pill, também foram suspensas nos últimos dias. Os provedores disseram que o motivo que a Meta deu a eles para as suspensões foi que suas contas não “seguiam os Padrões da Comunidade sobre armas, drogas e outros bens restritos”. As duas contas foram restauradas na quinta-feira.
Já a conta da marca Hey Jane ficou invisível na pesquisa do Instagram, disse Rebecca Davis, que lidera o marketing da empresa. Algo semelhante aconteceu em 2023 até que a Meta reverteu a medida, informou.
Fonte: g1