O delegado da Polícia Federal, Roberto Santos Costa, que na semana passada indiciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, tem sido alvo da artilharia do União Brasil, partido do ministro.
Em seu relatório do inquérito, agora tornado público, Santos Costa atribuiu ao ministro os crimes de corrupção passiva e pertencimento a organização criminosa em um suposto esquema de desvio de emendas parlamentares vinculadas à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Correligionários de Juscelino Filho têm atribuído a Roberto Santos Costa uma atuação proposital para atingir o governo Lula e, para isso, comparam-no aos investigadores da finada Lava Jato.
Isso porque o delegado também tem no currículo o pedido de quebra de sigilos do deputado federal André Janones, também apoiador do presidente. O investigador conduz as apurações sobre a suposta rachadinha no gabinete de Janones na Câmara.
Aliados do ministro indiciado também criticam o que entendem por ação “apressada e fora do comum” de Santos Costa na apuração do caso. Para eles, Juscelino Filho só entrou no foco da investigação sobre a Codevasf depois que se tornou ministro.
Juscelino relatou a esses interlocutores que o delegado encerrou o depoimento dele no inquérito, após cerca de 15 minutos de conversa, quando foi informado pela defesa que o ministro só responderia a perguntas relacionadas à investigação em curso no STF.
Fonte: Metrópoles