A Procuradoria-Geral da República defendeu, hoje, que o Supremo Tribunal Federal prorrogue por mais 60 dias as investigações contra o presidente Jair Bolsonaro por associar falsamente a vacina contra a Covid-19 ao risco de desenvolver Aids.
O pedido de prorrogação foi feito após a Polícia Federal concluir que o presidente cometeu incitação ao crime e requerer ao Supremo autorização para indiciar Bolsonaro e tomar seu depoimento.
Em manifestação ao Supremo, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, afirma que as medidas investigativas pendentes apontadas pela PF – como pedido de informações a redes sociais – justificam estender o inquérito.
“São relevantes para subsidiar a análise e deliberação pela Procuradoria-Geral da República, visto que proporcionarão melhor detalhamento sobre o cenário fático e suas circunstâncias, notadamente com as razões e eventuais novos elementos de prova a serem apresentados pelo Presidente da República a respeito dos fatos investigados, nos termos do artigo 85 da Instrução Normativa DF/PF n. 108/20163. Ante o exposto, o Ministério Público Federal manifesta-se favoravelmente à nova prorrogação do prazo por 60 (sessenta) dias, para o cumprimento das referidas diligências”.
A subprocuradora citou, entre as medidas pendentes, o depoimento do presidente Jair Bolsonaro. Na prática, Lindôra indicou que é favorável a que o presidente seja ouvido pelos policiais – mas ressaltou que cabe ao relator analisar se autoriza o procedimento.
Além disso, a vice-procuradora argumentou que uma instrução da PF permite que, após o indiciamento, o investigado possa requerer ou apresentar novos elementos de prova – o que não foi oferecido ainda para Bolsonaro.
Fonte: G1