O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em interrogatório na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (10/6), que não passou a faixa presidencial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) porque não se submeteria à “maior vaia da história do Brasil”.
Bolsonaro foi ouvido na tarde desta terça-feira (10/6) na ação penal que apura uma suposta trama golpista para impedir que Lula assumisse o poder. Ao negar ter enxugado a chamada “minuta do golpe”, o ex-presidente aproveitou para justificar sua ausência na cerimônia de posse do sucessor.
“Vossa excelência poderia perguntar: ‘Por que ele [Bolsonaro] não passou a faixa?’ Eu não iria me submeter à maior vaia da história do Brasil. O senhor vai concordar comigo”, afirmou Bolsonaro, dirigindo-se ao ministro Alexandre de Moraes.
O magistrado, no entanto, interrompeu e disse que não faria tal pergunta. Bolsonaro insistiu no argumento.
“Eu sei que o senhor não iria me perguntar. Mas seria uma explicação. Alguns dizem que muita coisa aconteceu porque eu não passei a faixa. Eu não passei porque não vou me submeter a passar faixa para esse atual mandatário que está aí”, concluiu.
Ao ser questionado por Moraes sobre uma possível trama golpista para anular as eleições presidenciais de 2022 durante o seu governo, Bolsonaro afirmou que a ideia de golpe de Estado é algo abominável.
“Da minha parte e dos militares nunca se falou em golpe. Golpe é uma coisa abominável, o golpe até seria fácil de começar, é o after day que é simplesmente imprevisível. O Brasil não poderia passar com uma experiência dessa, não foi sequer cogitada essa hipótese de golpe no meu momento”, ressaltou.