A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de cinco dias para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o presidente da Assembleia Legislativa do estado, André do Prado (PL), apresentem explicações sobre a homenagem realizada ao coronel Erasmo Dias em junho deste ano. A medida foi tomada em resposta a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) formulada por PSOL, PT e PDT, além do Centro Acadêmico 22 de Agosto da Faculdade de Direito da PUC e por ex-estudantes e professores da universidade.
A gestão Tarcísio promulgou uma lei que determinou que um entroncamento de rodovias localizado na cidade natal do homenageado, Paraguaçu Paulista, fosse denominado “Deputado Erasmo Dias”. No entanto, a ação do coronel Erasmo Dias à frente da invasão na PUC de São Paulo em setembro de 1977, durante o regime militar, gerou controvérsias e críticas por parte de grupos que reivindicam memória e justiça em relação ao período.
Erasmo Dias foi Secretário de Segurança Pública de São Paulo de 1974 a 1979 e se tornou conhecido por liderar a invasão na PUC de São Paulo, uma operação policial marcante que ocorreu durante os últimos anos do regime militar. Durante o ato, estudantes que protestavam pela reorganização da União Nacional dos Estudantes (UNE) foram detidos, fichados e processados sob acusações de subversão. A UNE e outras 9 instituições também assinaram uma nota pedindo a desistência da homenagem.
A ação que chegou até o STF foi movida pelo escritório do professor de Direito Constitucional da PUC-SP Pedro Serrano, em nome dos mandatos da deputada federal Luciene Cavalcante, do deputado estadual Carlos Giannazi e do vereador de São Paulo Celso Giannazi, todos do PSOL.
Fonte: Diário do Centro do Mundo