A Polícia Federal (PF) apreendeu celulares que tinham uma troca de mensagens do procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, com empresários bolsonaristas, alvos de uma operação da PF, nesta terça-feira (23), por terem defendido um golpe de Estado se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhar a eleição.
De acordo com informações do site Jota, fontes da PF, do Ministério Público Federal (MPF) e do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmaram a troca de mensagens entre empresários e o procurador, indicado por Jair Bolsonaro (PL) para o cargo em 2021 sem que estivesse na lista tríplice do MP. Aras também ficou irritado com a operação policial desta terça.
“As mensagens ainda são mantidas sob sigilo, mas já viraram tema entre ministros do STF”, informou o Jota.
Um dos amigos de Aras é o empresário Meyer Nigri, da construtora Tecnisa, citado nominalmente no discurso de posse de Aras como procurador. “Não posso deixar de cumprimentar um amigo de todas as horas neste momento em que vivenciamos. E faço uma homenagem especial ao amigo Meyer Nigri, em nome de quem cumprimento toda a comunidade judaica, que comemorou 5.780 anos nos últimos dias”, disse Aras.
“Ficaria difícil para mim nominar cada amigo. Então peço vênia para, em nome de Meyer Nigri, cumprimentar a todos presentes, especialmente aos amigos da Bahia aos quais não teria como nominar um a um e a todos os colegas e amigos aqui presentes”.
De acordo com assessores de Aras, o procurador não trocou informações sobre as diligências policiais contra empresários bolsonaristas. E afirmam que as mensagens enviadas por Aras a um dos empresários, agora alvo da investigação, são comentários “superficiais”.