Mapeamento é fundamental para o monitoramento e a conservação das aves aquáticas em toda a região neotropical, incluindo as aves migratórias
Um levantamento realizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá apontou a existência de 18 espécies de aves aquáticas na unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) localizada no Amazonas, a 600 quilômetros de Manaus. Nesta primeira etapa, realizada em fevereiro, foram encontrados garças, socós, gaivotas, patos, marrecas, martim-pescador, jaçanã, biguás, entre outras aves. Esta é a primeira vez que a Reserva Mamirauá recebe este tipo de mapeamento, e a segunda etapa já está marcada para acontecer entre os dias 1 e 16 de julho.
Segundo o pesquisador de bioacústica do Instituto Mamirauá, Thiago Bicudo, o levantamento é uma importante fonte de pesquisa para obtenção de dados e estimativas populacionais das aves aquáticas. “O Censo Neotropical de Aves Aquáticas é uma ferramenta de monitoramento e conservação das aves aquáticas em toda a região neotropical, incluindo as aves migratórias”, explicou.
Ele acrescentou que o objetivo do Censo é monitorar a população de aves aquáticas em toda a região que abrange a América do Sul, América Central, México, Caribe e parte das ilhas do Pacífico. Coordenado internacionalmente pela Wetlands International e no Brasil pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), o levantamento é realizado anualmente.
Em outros locais do país, a pesquisa acontece desde a década de 90. Em toda região neotropical, os censos são sempre realizados dentro do mesmo período. “Isso acontece para facilitar a comparação dos dados”, disse o pesquisador.
Thiago Bicudo enfatizou a importância do monitoramento a longo prazo para fornecer registros sobre espécies migratórias e as estimativas populacionais ao longo dos anos. “Os resultados podem vir a subsidiar projetos de pesquisa que visam a conservação destes ambientes e os organismos a ele associados,” apontou.
Para a realização do levantamento, o pesquisador faz os deslocamentos a pé, de carros e embarcações, fazendo a contagem do número de indivíduos de cada espécie de ave observada. “Em casos em que existe um agrupamento de muitos indivíduos de uma mesma espécie, o observador realiza a contagem por blocos de indivíduos, sendo que cada bloco representa, geralmente, dez indivíduos daquela espécie”, contou Thiago.