O aguardado Concurso Nacional Unificado (CNU), apelidado de “Enem dos Concursos”, está um passo mais próximo da sua realização. A banca organizadora já foi escolhida e seu anúncio saiu na manhã desta sexta-feira, 24.
A divulgação da banca organizadora do Concurso Unificado estava prevista para o dia 22 de novembro, mas o aguardo do último parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) fez o anúncio atrasar.
Três bancas seguiam na disputa pela coordenação: Cebraspe, Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Fundação Cesgranrio, todas qualificadas após análises detalhadas. A escolhida para ser responsável pela aplicação da prova que será realizada simultaneamente em 180 cidades foi a Fundação Cesgranrio.
A previsão é que o edital do concurso seja publicado até 20 de dezembro, com as provas programadas para o primeiro trimestre de 2024.
Cesgranrio é a banca do Concurso Unificado
Segundo comunicado no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) acompanharam ativamente todo o processo que culminou na escolha da banca.
Agora, os próximos passos que serão tomados pela Fundação Cesgranrio serão a divulgação do edital com requisitos, vagas, salários, conteúdo programático, formas de inscrição, critérios de seleção, data e local das provas. A assinatura do contrato entre a Fundação Cesgranrio e o MGI deve ser realizada até o fim de novembro.
“O Governo Federal tem a experiência do Enem, mas é a primeira vez que estamos fazendo uma prova de concurso público desse vulto, envolvendo 21 órgãos. Por isso, buscamos o apoio dos órgãos de controle desde o princípio, para que todas as etapas do concurso estejam em conformidade com as melhores práticas de gestão, transparência, legalidade e impessoalidade”, informou a diretora de Provimento e Movimentação de Pessoal do MGI, Maria Aparecida Chagas Pereira.
Concurso Nacional Unificado
O CNU tem um modelo inovador, inspirado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A ideia é centralizar diversas seleções de órgãos que receberam aval para novos concursos em 2023, aplicando uma única prova.
Um total de 22 órgãos e entidades do Executivo Federal aderiram voluntariamente ao CNU, entre eles:
- IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): 895 vagas;
- Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas): 502 vagas;
- Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária): 742 vagas;
- Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária): 440 vagas;
- Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia): 80 vagas;
- MTE (Ministério do Trabalho e Emprego): 900 vagas;
- Ministério da Saúde: 220 vagas;
- AGU (Advocacia Geral da União): 400 vagas;
- Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar): 40 vagas;
- Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica): 40 vagas;
- Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários): 30 vagas;
- ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar): 35 vagas;
- MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços): 110 vagas;
- MCTI em partes (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação): 296 vagas;
- MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública): 130 vagas;
- MinC (Ministério da Cultura): 50 vagas;
- MEC (Ministério da Educação): 70 vagas para ATPS;
- MDHC (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania): 40 vagas;
- MPI (Ministério dos Povos Indígenas): 30 vagas;
- MPO (Ministério do Planejamento e Orçamento): 60 vagas;
- MGI (Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e as carreiras transversais: 1.480 vagas;
- Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira): 50 vagas.
Essa colaboração visa simplificar o processo de seleção e proporcionar uma avaliação abrangente em cerca de 180 cidades brasileiras simultaneamente.
Mais de 6 mil vagas em blocos temáticos
O CNU disponibilizará mais de 6.640 vagas para carreiras nos níveis médio e superior, com salários que chegam a R$23.579,71, especialmente para cargos como auditor-fiscal do trabalho.
As vagas serão distribuídas entre oito blocos temáticos inicialmente definidos, como:
- Administração e Finanças Públicas;
- Setores Econômico, Infraestrutura e Regulação;
- Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário;
- Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação;
- Políticas Sociais; Justiça e Saúde;
- Trabalho e Previdência;
- Dados, Tecnologia e Informação Pública; e
- Nível intermediário.
No entanto, o número de blocos está em revisão e pode sofrer ajustes após a adesão dos órgãos.
Estrutura das provas confirmada
A estrutura das provas do CNU já foi confirmada. Os candidatos enfrentarão provas objetivas (de Conhecimentos Gerais e Específicos) e discursivas (Específicas). A avaliação ocorrerá em um único dia até março de 2024, simultaneamente em cerca de 180 municípios pelo país.
As provas objetivas serão comuns a todos os candidatos, enquanto as específicas abordarão os blocos temáticos. Disciplinas como Língua Portuguesa e Raciocínio-Lógico Quantitativo são recomendadas, mas a lista completa será definida pela comissão e pela banca organizadora.
A relação completa das disciplinas do CNU será estabelecida pela comissão em conjunto com a banca organizadora, que será contratada. Além disso, a participação dos concorrentes na prova de títulos dependerá da carreira específica e do bloco temático ao qual estão vinculados.