Deputado que quer reduzir inelegibilidade para 2 anos diz que ‘tipos de corrupção’ merecem penas diferentes

O deputado federal Bibo Nunes – Divulgação/Câmara dos Deputados

O deputado federal Bibo Nunes (PL), autor do projeto de lei que quer reduzir o tempo de inelegibilidade de políticos condenados por corrupção, foi entrevistado pela bancada do programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, nesta quarta-feira (5).

Na conversa, o parlamentar defendeu que o tempo de oito anos de inelegibilidade não pune o condenado corretamente, e que dois anos inelegíveis seriam suficientes. Na visão do deputado, a punição para o crime de corrupção deveria ser a prisão.

“O corrupto tem que ser preso, devolver o que roubou. De que adianta a punição de ficar inelegível por oito anos? Ele fica solto, desfrutando do dinheiro que roubou, fazendo suas peripécias por aí. Tem que deixar inelegível, concordo, mas não por tanto tempo”, avaliou o gaúcho.

Levando em consideração a inelegibilidade de dois anos, proposta por ele, o parlamentar afirmou que não haveria problema em um candidato condenado por corrupção disputar uma eleição para o mesmo cargo quatro anos depois.

Em dado momento da conversa, ele declarou existir tipos diferentes de corrupção, e que cada um deles deveria resultar numa punição diferente. Para exemplificar a tese, ele usou a inelegibilidade de oito anos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por abuso de autoridade e uso indevido de meios de comunicação.

A proposta apresentada pelo deputado, inclusive, vem sendo criticada pelos pares do Congresso, que acusam o parlamentar de apresentar o projeto com o exclusivo interesse de tentar extinguir a pena de Bolsonaro, tornando-o elegível na próxima eleição presidencial, em 2026.

“O político corrupto é aquele que rouba, que se apropria indevidamente do dinheiro público e engana a sociedade. Essa é uma corrupção que lesa o patrimônio público, o povo brasileiro. Agora, a corrupção de dar a sua opinião diante de embaixadores é bem diferente de uma corrupção de quem rouba e lesa o patrimônio do Brasil. É muito diferente. Por isso tem que saber dividir qual tipo de corrupção. Não é justo deixar uma pessoa inelegível por ter feito um pronunciamento”, afirmou Bibo Nunes.

“Por que [Bolsonaro] está inelegível por oito anos? Porque teve uma reunião com embaixadores que não votam no brasil ou participou de um desfile cívico militar? Tem fundamento uma pessoa ficar oito anos inelegível por um ato desses? Enquanto na Justiça comum nenhuma punição para ele. Tá invertida a coisa. Fazer uma reunião com embaixadores é ser corrupto? Isso não é corrupção. Corrupção, para mim, é roubo, desvio de dinheiro público, esse tem que ir para a cadeia”, acrescentou.

Fonte: JC

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