Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostram um crescimento de 23% nos índices de desmantamento da Amazônia em novembro (590 km² da floresta). Com isso, no acumulado do ano, 2022 desponta com a pior taxa dos últimos 15 anos.
Segundo os dados, o acumulado desde janeiro chegou a 10.286 km², o equivalente a 3 mil campos de futebol devastados por dia.
Em meio a recordes negativos, o Pará lidera a lista dos estados que mais devastaram a região amazônica em novembro de 2022. Foram 276 km² devastados, o que representa quase metade (47%) do desmatamento total durante o mês.
No Amazonas e Mato Grosso, o desmatamento ocorre, na maioria das vezes, em regiões com grande presença agropecuária. No estado da região Norte, a derrubada da floresta também ocorreu em áreas de proteção ambiental, como a unidade de conservação Caverna Maroaga e a terra indígena Waimiri Atroari.
Segundo a pesquisadora do Imazon, Bianca Santos, uma das consequências do aumento do desmatamento na Amazônia são as queimadas.
Conforme dados do TerraBrasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2022, Rondônia foi o quarto estado que registrou focos de incêndio na região. O estado ficou apenas atrás do Pará, Mato Grosso e Amazonas.
Práticas silênciosas
Além das marcas preocupantes, o possível crime ambiental na Amazônia preocupa pesquisadores. Fontes anônimas da Comissão Pastoral da Terra (CPT) revelam que o “desmatamento tem acontecido de maneira silenciosa”.
De acordo com pessoas do CPT, o modus operandi dos criminosos consiste em arrancar a floresta, cavar uma vala e enterrar as árvores para depois usarem um maquinário e destocar as raízes da terra e começar o cultivo de soja.
Uma das fontes da Comissão espera que a gestão do Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva (Rede), fortifique o processo de fiscalização de crimes ambientais e puna, de acordo com a lei, os envolvidos.
“Punir as pessoas que estão cometendo crimes ambientais, principalmente investigar os grupos que estão sendo organizados para invadir as reservas extrativistas principalmente aqueles que adentram as terras indígenas”, diz fonte anônima do CPT.
Fonte: Metrópoles