As datas comemorativas cristãs são dias comuns para a comunidade judaica, que celebra suas próprias datas sagradas ao longo do ano
Enquanto a maioria dos brasileiros celebra o Natal e o Ano Novo com festas, decorações e recesso, para os judeus esses são dias comuns de trabalho e rotina. Raphael Laufer Orlean, fundador do Centro Educacional Religioso Moyses David Laufer (CEKSP), explica que as datas comemorativas cristãs não fazem parte do calendário religioso judaico, que possui suas próprias festividades celebradas em momentos específicos ao longo do ano.
“Enquanto o mundo ao nosso redor entra em clima de festa, nós, judeus, seguimos com nossas atividades normalmente. Isso não significa desrespeito às outras tradições, mas sim o cumprimento da nossa própria cultura e fé”, afirma Raphael Laufer Orlean.
O calendário judaico é lunissolar e possui datas especiais como o Rosh Hashaná (Ano Novo judaico), celebrado em setembro ou outubro, conforme a variação anual do calendário hebraico. Outras datas importantes incluem o Yom Kippur (Dia do Perdão), um dia de jejum e reflexão, e Pessach (Páscoa judaica), que celebra a liberdade do povo judeu da escravidão no Egito.
“Para nós, o Rosh Hashaná é um momento de introspecção, celebração e reflexão espiritual. O Yom Kippur, que vem logo em seguida, é ainda mais sagrado, um dia para repensar nossas atitudes e buscar a reconciliação com Deus e com o próximo”, explica Raphael.
Enquanto os brasileiros enfeitam suas casas com luzes e árvores de Natal, os judeus comemoram o Chanucá (Festa das Luzes) em dezembro, com tradições como o acendimento da menorá (candelabro de oito velas) e a troca de presentes entre familiares.
“Essas diferenças de costumes também nos ensinam a valorizar a diversidade cultural e religiosa, promovendo respeito e compreensão mútua”, reforça Raphael Laufer Orlean. Ele destaca ainda que, para a comunidade judaica, as festas cristãs são vistas com naturalidade, mas sem participação ativa.
Dessa forma, enquanto muitos estão em recesso e comemorações, os judeus seguem vivendo e trabalhando com normalidade, guardando suas próprias datas sagradas para celebrações significativas de fé, tradição e história.