Para comemorar este marco histórico, a instituição ligada à política cultural de Pernambuco realiza o projeto Fundarpe 50 anos, com um conjunto de ações comemorativas
A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) celebra, nesta segunda-feira (17), os 50 anos de sua criação, no dia 17 de julho de 1973. A instituição é reconhecida por ter uma forte história ligada à preservação e a salvaguarda do patrimônio cultural e dos monumentos históricos e artísticos, bem como à implementação e execução de ações da política cultural de Pernambuco em todas as suas dimensões e expressões, e do incentivo à cadeia produtiva da cultura no Estado. Para comemorar este marco, a instituição lança o projeto Fundarpe 50 anos, com a realização de um conjunto de ações comemorativas.
Dentre as ações, estão o lançamento da nova marca comemorativa; a produção do documentário, da exposição e do catálogo Fundarpe 50 anos; a entrega da medalha comemorativa Professor José Luiz Mota Menezes; e a realização do Seminário Nacional sobre Preservação Cultural.
A presidente da Fundarpe, Renata Borba, afirma que tem o maior orgulho e noção da responsabilidade que é presidir uma instituição que, há meio século, levanta a bandeira do patrimônio cultural do Estado.
“Hoje a Fundarpe está de parabéns e quero dizer que tenho a maior admiração e respeito por todos que aqui passaram, desde os ex-presidentes, aos servidores, terceirizados e técnicos. Mas o meu carinho e reconhecimento especial vai para a equipe de apaixonados que está aqui hoje, que não mede esforços para os desafios que a gente tem no dia a dia. Seja nas grandes celebrações, nos eventos, nos encontros de cultura popular, grandes obras e nas ações de fiscalização, sempre com o intuito de transmitir a cultura, a identidade do nosso povo, às gerações futuras. Parabéns, Fundarpe”, celebra Renata Borba.
Para Célia Campos, gerente de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco da Fundarpe, o cinquentenário é motivo de comemoração para todos os pernambucanos e pernambucanas.
“É, ainda, momento de reflexão sobre as políticas públicas patrimoniais da preservação, restauração e promoção do Patrimônio Histórico e Cultural do nosso Estado. Como resultados da atuação da Fundarpe na preservação do patrimônio cultural, temos hoje 110 bens tombados, exclusivamente pelo Estado, sendo 8 núcleos, povoados e sítios históricos, mais 90 bens tombados federais, e 62 bens em exame; 18 bens registrados pelo Estado como patrimônio cultural imaterial. Desses, há 14 também registrados pelo Iphan, além de 85 pessoas e/ou grupos culturais registrados como Patrimônios Vivo de Pernambuco”, destaca Célia Campos.
AÇÕES COMEMORATIVAS – Um azulejo personalizado com a marca comemorativa que será utilizada nos materiais institucionais da Fundarpe durante um ano e que terá sua primeira aplicação no 31º Festival de Inverno de Garanhuns (FIG 2023), foi entregue à governadora Raquel Lyra.
Durante a Semana do Patrimônio Cultural, em agosto deste ano, haverá a concessão da Medalha Prof. José Luiz Mota Menezes, comenda que presta uma homenagem ao arquiteto, professor e escritor, primeiro secretário Executivo Técnico da Fundarpe, na sua criação em 1973. A condecoração tem o propósito de reconhecer a atuação de pessoas de relevância e atuação na preservação do patrimônio cultural.
Para contar a história e memória institucional da Fundarpe para as antigas e futuras gerações, o documentário Fundarpe 50 anos apresentará um registro de momentos simbólicos da atuação da instituição na preservação do patrimônio cultural.
O filme terá uma linha do tempo dialogando com cinco eixos-centrais: Institucional, com depoimentos de funcionários novos e antigos; Ciclos/festivais, com depoimentos de artistas sobre eventos como o Carnaval, São João, FIG e Ciclo Natalino; Patrimônio cultural, destacando os patrimônios material, imaterial e os vivos; Os equipamentos culturais da Fundarpe; e o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), responsável pelo patrocínio à realização de diversos projetos culturais no estado. A previsão é que o trabalho audiovisual seja lançado em setembro deste ano.
Outra ação de comemoração deste marco é a exposição e o catálogo Fundarpe 50 anos, que circulará pelo Museu do Estado de Pernambuco e a Torre Malakoff, equipamentos culturais geridos pelo órgão público, e que terá depois circulação nas quatro Regiões de Desenvolvimento do Estado. A proposta é que a exposição seja composta por totens autoportantes com reproduções de vídeos que compõem o documentário.
O catálogo será uma publicação impressa e digital com fotos e textos produzidos a partir da pesquisa para a produção da exposição e roteiro do filme. A previsão é que tanto a exposição quanto o catálogo também sejam lançados em setembro deste ano.
Ainda dentro das ações de celebração dos 50 anos da Fundarpe, a instituição realizará, em abril de 2024, o Seminário Nacional sobre Preservação Cultural com a participação de pesquisadores da área de patrimônio cultural de referência nacional, bem como representantes de outras instituições de preservação, tanto estaduais quanto federais.
LEGADO DA FUNDARPE – Ao longo dos seus cinquenta anos, a Fundarpe tem sido uma das mais importantes instituições que atuam na preservação do patrimônio cultural no Brasil. Essa importância se dá por meio do trabalho em muitas frentes, com destaque para a preservação e proteção dos bens culturais de Pernambuco, usando sempre da pesquisa, da identificação e dos instrumentos legais para garantir a defesa e o legado da memória.
Neste contexto, destaque à relação direta com a sociedade civil, por meio do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural, que, em 2014, substituiu o antigo Conselho Estadual de Cultura, ambos responsáveis por deliberar o Tombamento dos Bens Culturais Materiais. A partir de 2018, o colegiado também ficou responsável por analisar os processos de Registro do Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco.
Cabe à Fundarpe a realização dos estudos e análises técnicas que atestam não apenas as informações históricas sobre cada bem cultural, mas também fundamentam as diretrizes de preservação e salvaguarda. Além disso, a fiscalização e monitoramento frequente das condições dos bens culturais protegidos, sempre em parceria e articulação direta com os seus proprietários (entes privados ou públicos), e com as comunidades onde estão esses bens culturais. Simultânea a essas iniciativas, é papel da instituição orientar aos proprietários e gestores de bens culturais como aplicar medidas de preservação mais adequadas a cada tipo de bem cultural.
Por meio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), há mais de vinte anos é possível a sociedade civil acessar linhas de financiamento para projetos que contemplam pesquisas, elaboração de projetos de intervenção e ou acessibilidade em bens tombados, restauração em bens móveis e integrados, ações de educação patrimonial, produção de livros, sites, programas, jogos, pesquisas, inventários e ações de salvaguarda. Projetos que têm contribuído para ampliar o alcance das ações de preservação e garantir a participação da sociedade em diferentes níveis de envolvimento.
Outro resultado de destaque é a aplicação do concurso de Registro do Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco que, desde 2002, já registrou e titulou oitenta e cinco mestres, mestras e grupos que passaram a receber a bolsa mensal que colabora para a manutenção de suas atividades culturais e preservação do legado artístico e cultural do Estado.
Em relação ao Patrimônio Cultural Imaterial, os inventários produzidos pela Fundarpe ou com recursos do Funcultura têm colaborado para o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial em âmbito nacional possibilitando o desenvolvimento de políticas públicas e medidas de salvaguarda mais estruturantes.
Por fim, ressalta-se ainda a importância da Educação Patrimonial e da difusão do Patrimônio cultural por meio da realização da Semana Estadual do Patrimônio Cultural de Pernambuco, reconhecida pela Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco por meio da Lei nº 17.851 de 22 de junho de 2022, e que em 2023 irá para a sua 16ª edição.