Greve dos prefeitos: quem com ferro fere, com ferro será ferido

O cidadão salgueirense mais atento ao noticiário político teve dificuldade para entender o imbróglio jurídico que se tornou a “Greve dos Prefeitos”. Tudo começou quando Marcones Sá, prefeito do município, anunciou que participaria da paralização autodeclarada “Sem FPM não dá”, movimento da  Associação Municipalista de Pernambuco (AMUPE) e da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

Os prefeitos estão de “pires na mão” e mobilizados em boa parte do País com o objetivo de pressionar o Governo Federal para socorrer os municípios. Segundo o comunicado, no mês de julho o FPM caiu 34% em relação ao ano anterior, fato esse, que é questionado por fontes ouvidas pela nossa reportagem, confira.

Decêndios do FPM ano 2022
Decêndios do FPM ano 2022
Decêndios do FPM 2023
Decêndios do FPM 2023
Comunicado publicados nas redes sociais do Governo de Salgueiro
Comunicado publicados nas redes sociais do Governo de Salgueiro

Sem contar com uma Ação Popular, Dr. Marcones foi surpreendido com um  pedido de liminar, inibindo a paralisação que a Prefeitura de Salgueiro havia agendado. No Decreto assinado pelo prefeito, havia a previsão que apenas serviços essenciais da administração municipal funcionariam, mas não listava quais seriam esses, o que deu brecha para ação apresentada pelo advogado Rafael Ramos “Observa-se claramente que o decreto não informa quais seriam os serviços essenciais que estariam em funcionamento. Além de que, todos os serviços da administração pública são essenciais”, argumentou o competente advogado.

O juiz Dr. Marcos José de Oliveira deferiu a liminar e ordenou imediatamente  a suspensão dos efeitos do decreto assinado pelo prefeito e orientou que em caso de descumprimento, o chefe do executivo de Salgueiro pode ser multado em até 20 mil reais.

“Essa determinação pegou muitos de surpresa, pois a grande maioria das prefeituras do país, especialmente aquelas sitiadas no Nordeste, receberam autorização para se manifestar. Não se trata de atacar a decisão judicial, mas é difícil não questionar a peculiaridade dessa situação. As motivações por trás da liminar permanecem obscuras, mas é importante ressaltar que a Prefeitura de Salgueiro demonstrou o comprometimento em acatar a decisão judicial, mesmo que isso signifique não participar do movimento que outras localidades irão fazer parte.” diz o comunicado enviado pela assessoria de imprensa do prefeito de Salgueiro.

É por demais oportuno lembrar que os professores, já em 2023, declararam greve e foram acionados na justiça, por iniciativa do prefeito, mesmo a educação tendo recursos próprios destinados pelo Governo Federal. Em Salgueiro, o transporte escolar já está paralisado. A enfermagem também amargou com a falta de sensibilidade do mandatário, ambas as categorias questionando o pagamento do piso salarial nacional.  Para não dizer que não falei das flores,  outro ninho de contradições é o famigerado empréstimo de R$ 30 milhões, que quando questionados, os defensores do absurdo, alegavam que pagariam com recursos do FPM.

E agora, José?

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