O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse em entrevista ao Podk Liberados, com o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) e a senadora Leila Barros (PSB-GO), que “a única forma do Brasil dar certo é virar uma página que foi escrita durante 10 anos” marcada por irresponsabilidade fiscal e baixo crescimento.
“A única forma do Brasil dar certo é virar uma página que foi escrita durante 10 anos. Ao longo de 10 anos, eu diria que desde 2015, depois da reeleição da Dilma Rousseff, os Poderes se desentenderam completamente, até 2022, que foi uma eleição muito conturbada, com uma série de medidas que desorganizaram as finanças públicas”, disse Haddad.
“Nós tivemos 10 anos de irresponsabilidade fiscal com baixíssimo crescimento. O gasto não produziu os efeitos pretendidos”, afirmou o ministro.
Ele descreveu esses 10 anos na história brasileira como uma “página da confusão”, em que erros foram cometidos.
“Nós temos que virar essa página. A página da confusão durou 10 anos. Nós temos que virar. Entender que ali foi um erro, que a classe política, a elite intelectual do país, a elite econômica do país, têm que prestar conta desses 10 anos. E a melhor maneira de fazer é reorganizar, é reconstruir o Brasil”, afirmou.
Pacto dos Três Poderes
Haddad reforçou que um “pacto dos Três Poderes” é necessário para colocar ordem nessa “desarrumação”.
“Entendo que não dá para ser à vista: tem constrangimentos políticos, grupos de interesse, grupos de pressão, interesses que são legítimos, interesses que não são tão legítimos, que se fazem presentes na tramitação das leis”, disse ele.
Segundo ele, se não existir uma compreensão do “risco e da oportunidade” que o Brasil está vivendo neste momento, que ele chamou de “paradoxo”, não se faz possível “alguém entregar um bom trabalho para o país, em qualquer área, menos ainda na Fazenda”.
“Nós estamos precisando arrumar algumas coisas para aproveitar uma janela de oportunidades, que está aberta neste momento para o Brasil”, acrescentou.
Na sexta-feira (5), Haddad citou como ponto de atenção a relação entre Executivo e Legislativo, além do governo federal com o Banco Central, mas declarou que “se tudo correr bem, o médio e longo prazo prometem ser muito bons para o nosso país”.
O ministro avaliou que existe um risco do que chamou de patrimonialismo verde, ao citar o processo de transição para energias limpas, em um ambiente em que o interesse público e privado andam juntos.