O Instituto do Coração (Incor) recebeu R$ 30 milhões do Ministério da Saúde para investir no desenvolvimento de uma vacina contra Covid-19 em spray nasal
O recurso será usado para iniciar para a produção de doses para testes clínicos em humanos com voluntários. Os animais que foram vacinados apresentaram altos níveis de anticorpos IgA e IgG e resposta celular protetora contra a infecção de Covid.
O diretor do Laboratório de Imunologia do InCor e professor de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Jorge Kalil, explicou que a função do spray nasal é diferente das vacinas aplicadas atualmente.
Diferenças das vacinas atuais
“Neste momento da pandemia e conforme a população brasileira se vacinou de forma expressiva contra a covid-19, a proposta desta vacina é ser um imunizante de reforço capaz de barrar a infecção e disseminação do vírus pelas vias áreas”, disse Kalil.
As vias aéreas são a porta de entrada para o coronavírus infectar e adoecer o organismo. A vacina fortalecerá o sistema respiratório para evitar a cadeia de infecção e a transmissão para outras pessoas.
Além do objetivo e do formato inédito, o spray nasal também se diferencia dos imunizantes atuais pelos componentes. A substância preventiva que já é aplicada usa a proteína spike para induzir uma resposta do sistema imunológico.
Spray nasal
O medicamento que está sendo elaborado pelo Incor utiliza peptídios sequenciais (biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos) derivados de proteínas que compõe o Sars-Cov-2.
Outra inovação é que esses componentes são transportados por nanopartículas, que podem atravessar a barreira de cílios e muco do nariz e chegar às células.
A criação do imunizante está sendo feita em parceria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e de departamentos da Universidade de São Paulo (USP).
Fonte: Metrópoles