Inflação sobe 0,46% em maio puxada pela alta de alimentos e tragédia no Sul

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou maio com alta de 0,46%, ante uma elevação de 0,38% em abril, informou, nesta terça-feira (11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio no teto do intervalo de estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, do Estadão, que previam um aumento entre 0,32% e 0,46%, com mediana positiva de 0,40%. Trata-se do resultado mais alto para o mês desde 2022, quando ficou em 0,47%. Em maio de 2023, a taxa foi mais baixa, de 0,23%.

Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou, após uma sequência de sete meses consecutivos de arrefecimento: passando de 3,69% em abril para 3,93% em maio, retomando assim o patamar de março deste ano. No ano, a inflação está 2,27%. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 é de 3,0%, com teto de tolerância de 4,50%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em maio. A maior variação veio do grupo saúde e cuidados pessoais, com alta de 0,69% e 0,09 ponto porcentual de contribuição no IPCA. Já os maiores impactos vieram de alimentação e bebidas (0,62%) e habitação (0,67%), com 0,13 pontos e 0,10 pontos respectivamente.

Segundo o IBGE, a calamidade no Rio Grande do Sul no mês passado afetou a produção de alimentos, contribuindo para o avanço da inflação. O peso da capital Porto Alegre na inflação brasileira é de 8,61%, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

No grupo saúde e cuidados pessoais, o resultado foi puxado pelo plano de saúde (0,77%) e pelos itens de higiene pessoal (1,04%), com destaque para as altas do perfume (2,59%) e do produto para pele (2,26%).

Em alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio desacelerou de 0,81% em abril para 0,66% em maio. Foram observadas altas nos preços da batata inglesa (20,61%), cebola (7,94%), leite longa vida (5,36%) e café moído (3,42%).

No grupo Habitação, a alta da energia elétrica residencial (0,94% e 0,04 p.p.) da taxa de água e esgoto (1,62%) decorre dos reajustes tarifários em várias regiões. No grupo Transportes (0,44%), houve aumento na passagem aérea (5,91% e 0,03 p.p.). Em relação aos combustíveis (0,45%), somente o gás veicular (-0,08%) teve queda, enquanto o etanol (0,53%), óleo diesel (0,51%) e a gasolina (0,45%) registraram alta nos preços.

A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de um aumento de 0,05% em abril para uma alta de 0,40% em maio, informou o IBGE. No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 4,60% em abril para 5,09% em maio, retomando o patamar de março.

Fonte: Estadão

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