Projeto de cooperação internacional CITinova, coordenado pelo MCTI, implantou jardins filtrantes que podem melhorar a qualidade da água em até 95%
O Recife ganhou, na última nesta sexta-feira (31), uma solução inovadora e sustentável, que vai contribuir com a despoluição do Riacho do Cavouco, afluente do Rio Capibaribe. No Parque do Caiara, bairro da Iputinga, foi inaugurado o projeto-piloto dos Jardins Filtrantes, que tem a capacidade de filtrar 350 mil litros/dia de água do riacho antes de fluir para o rio. O equipamento também recebeu novas áreas de lazer e convivência.
As obras são a primeira entrega do projeto CITinova no Recife e representam um investimento de cerca de R$ 8 milhões. O projeto é coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para a promoção da sustentabilidade nas cidades brasileiras por meio de tecnologias inovadoras e planejamento urbano integrado.
“A proposta aqui é não só trazer um ambiente muito agradável, resgatando o contato da população local com a natureza, mas também prover uma modalidade de tratamento dos efluentes do Riacho do Cavouco que desaguam no Capibaribe”, explicou o coordenador-geral de Ciência para Biodiversidade do MCTI e diretor nacional do CITinova, Luiz Henrique Canto.
Iniciativa pioneira, os Jardins Filtrantes ocupam uma área de 7 mil metros quadrados e incluem cinco filtros que operam por gravidade. “A gente fala de inovação e pensa logo em computador. Aqui, a gente está fazendo inovação com planta, com pedra, com a própria natureza”, disse a diretora da Agência Recife para Inovação e Estratégia (Aries), Mariana Pontes. A agência é a instituição local que coordena as ações do CITInova no Recife.
De acordo com ela, hoje, mesmo sem funcionar ainda com 100% da sua capacidade, o sistema já melhorou em 70% a oxigenação da água do riacho que corre para o Rio Capibaribe. A expectativa é que esse percentual chegue a 95%. Com os resultados positivos, será possível influenciar políticas públicas, replicando a iniciativa país afora.
“Vamos acompanhar os resultados da qualidade da água filtrada pelo sistema dos jardins, para que, através de dados, a gente consiga comprovar a eficiência do sistema e influenciar o poder público na ampliação do número de jardins, contribuindo com a melhoria das nossas águas”, defendeu Mariana.