Hospitais públicos e privados do Brasil registraram um custo de R$ 5,7 milhões com internações por transtorno de ansiedade generalizada (TAG) nos últimos três anos, segundo dados da Planisa, empresa de gestão de gastos hospitalares. O levantamento, realizado com a plataforma DRG Brasil, abrangeu 440 hospitais entre 2022 e novembro de 2024, contabilizando 2.202 internações por TAG.
O custo médio por internação foi estimado em R$ 964 por diária, incluindo leito, materiais, medicamentos e honorários médicos. Durante o período analisado, a taxa de internações aumentou de 3,4 por 100 mil habitantes em 2022 para 4,6 em 2024, o que reflete a crescente pressão sobre o sistema de saúde.
De acordo com o psiquiatra João Pedro Wanderley, muitos casos de TAG podem não ser identificados corretamente devido à subnotificação e ao acesso limitado a tratamentos especializados. O transtorno está frequentemente relacionado a distúrbios gastrointestinais, respiratórios e endócrino-metabólicos, o que pode resultar em internações por essas condições também ligadas à ansiedade.
Além disso, muitos pacientes com TAG são internados em unidades gerais, onde os custos são mais baixos em comparação aos leitos psiquiátricos, que têm custos ainda mais altos. O aumento das internações por TAG indica a dificuldade do sistema de saúde em atender à crescente demanda por cuidados psiquiátricos.
O psiquiatra Fabio Molina observa que o valor dos custos de internação é baixo se comparado ao impacto do transtorno, que pode causar perdas econômicas significativas. A internação é indicada apenas para casos graves, quando há risco à vida, tentativas de suicídio ou falha do tratamento ambulatorial.
Os sintomas da ansiedade se manifestam tanto fisicamente quanto psicologicamente, incluindo preocupação excessiva, dificuldade de concentração, distúrbios do sono, fadiga persistente, dor torácica, entre outros.
Fonte: JC
