Marido e sogro encomendaram assassinatos por R$ 100 mil, diz polícia

Um crime macabro. Em coletiva na noite desta terça-feira (17/1), a Polícia Civil explicou o caso de seis corpos encontrados carbonizados. Segundo os investigadores, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, 49 anos, preso nesta terça-feira como suspeito pelo assassinato da cabeleireira Elizamar da Silva, 39 anos, desaparecida desde a última quinta-feira, acusou o marido da empresária, Thiago Gabriel Belchior, e o sogro, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54 anos, de serem os mandantes do crime. Eles iriam pagar R$ 100 mil, segundo a investigação. Os mandantes ainda não foram localizados.

Horácio e Gideon Batista de Menezes, 55 anos, também preso acusado de participação no crime, trabalhavam em uma fazenda para o sogro da cabeleireira, que estava com o três filhos — Gabriel, 7 anos; o casal de gêmeos Rafael e Rafaela, 6 — quando foi rendida. Segundo o depoimento de Horácio, os mandantes também encomendaram o assassinato de Renata Juliene Belchior, 52, e Gabriela Belchior, 25, mãe e irmã de Thiago, respectivamente, e esposa e filha de Marcos. O crime teria sido motivado pelo interesse da dupla em ficar com R$ 400 mil referentes a venda de uma casa, em Santa Maria. O imóvel pertencia a Renata Juliene, sogra de Elizamar.

Até o momento, os supostos mandantes não são considerados foragidos, tendo em vista que as informações partem do depoimento de um dos supostos assassinos. A Polícia Civil ainda não consegue explicar o motivo pelo qual Elizamar teria sido atraída para uma possível emboscada que terminou com o assassinato da empresária e dos três filhos.

De acordo com o depoimento de Horácio, Marcos precisava de dinheiro e tramou o plano contra a própria mãe. No entanto, o mandante não teria conseguido sacar a quantia. Pelo crime, Horácio e Gideon Batista de Menezes, 55 anos, receberiam a quantia de R$ 100 mil. Horácio e Gideon foram autuados por extorsão mediante sequestro qualificado por resultado morte. Caso sejam condenados, podem pegar de 24 a 30 anos de prisão em regime fechado. “Investigação vai continuar para localizar os que estão foragidos. Marcos e Thiago são velhos conhecidos nossos. Vislumbramos a participação deles”, disse o delegado Ricardo Viana, titular da 6ª DP (Paranoá).

Ainda de acordo com o depoimento, Renata e Gabriela (mãe e filha) teriam sido sequestradas e levadas para um cativeiro em Planaltina. O primeiro crime ocorreu quando Thiago atraiu a esposa (a cabeleireira Elizamar) para a casa do pai, no Paranoá, na noite de quinta-feira. Ao notar que a cabeleireira estava com os três filhos, teria dito aos menores que se tratava de uma brincadeira. No entanto, as crianças começaram a gritar e foram asfixiadas e, posteriormente, queimadas ao lado da mãe, no veículo conduzido por Elizamar.

Quando a cabeleireira chegou ao Paranoá, a sogra e a cunhada já haviam sido conduzidas ao cativeiro. Renata e Gabriela tiveram os celulares retidos, foram vendadas e amordaçadas para não gritarem.

O caso do desaparecimento de Elizamar e os três filhos passou a ser investigado como suposto homicídio na tarde de sexta-feira (13/1), quando a polícia recebeu um chamado sobre um veículo carbonizado no meio de uma rodovia de Cristina, a GO -436. Dentro do Clio preto, destruído pelas chamas, foram encontradas as ossadas de um adulto e três crianças — o veículo pertence à Elizamar.

Doze horas depois, no sábado (14/1), outro carro carbonizado foi encontrado, dessa vez em uma rodovia de Unaí, em Minas Gerais. Dentro do veículo, um Siena, foram encontrados dois corpos que foram destruídos pelas chamas. O automóvel pertence ao pai de Thiago, Marcos Antônio Lopes, e sogro de Elizamar. A perícia e os exames de DNA nos corpos ainda não foram concluídos.

No dia em que desapareceu, na quinta passada (17/1), Elizamar saiu de casa, no Condomínio Porto Rico, por volta de 12h40, para trabalhar no salão onde é proprietária, na 307 Norte. Antes de perder o sinal, a localização do celular da empresária indicou que ela esteve no estabelecimento entre 13h30 e 21h20. Depois, chegou ao Condomínio Residencial Novo Horizonte, no Itapoã, por volta de 23h e permaneceu por 20 minutos. À polícia, uma funcionária do salão contou que Elizamar lhe ofereceu uma carona até o ponto de ônibus no fim do expediente. Por volta das 22h, a amiga avisou à cabeleireira que tinha desembarcado do coletivo e, em resposta, Elizamar disse que estava chegando ao condomínio da sogra. Cerca de 40 minutos depois, a funcionária enviou uma nova mensagem, mas sem sucesso.

O filho mais velho de Elizamar, de 23 anos, disse em depoimento que a mãe combinou de buscar o marido na casa da sogra, no Itapoã, após o término do expediente. Thiago ajudava o pai em uma mudança e, em telefonema com o enteado, disse que teve um desentendimento com a mulher e ela foi embora com as três crianças no carro. Ao sair do condomínio, o histórico de localização do celular da cabeleireira indicou “não há modo trajeto”. Por volta de 0h30, o rastreio do celular mostra que o carro passa por um posto de gasolina e, por último, pela BR-260.

Fonte: Correio Braziliense

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