Tive que amputar parte do pênis. Eu me sinto decapitado”, diz João*, de 63 anos. Ele teve um câncer no órgão.
Um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com base em estatísticas do Ministério da Saúde, mostra que o número de casos assim têm crescido no Brasil.
Entre 2013 e 2022, cerca de19,9 mil homens tiveram o diagnóstico de câncer de pênis, sendo que, desse total, 5,6 mil tiveram que ter o órgão amputado pela gravidade da doença. Uma média de pouco mais de dez amputações por semana.
“Infelizmente, por vergonha ou falta de acesso aos serviços de saúde, é muito comum o homem recorrer a tratamentos indicados por conhecidos ou aquelas ‘pomadinhas’ do balconista da farmácia”, afirma Diogo Abreu, médico da seção de Urologia do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
“Isso atrasa o diagnóstico precoce e prejudica o resultado do tratamento.”
Médicos ressaltam que, diferentemente de outros tipos de câncer, o de pênis é um dos que mais podem ser prevenidos.
“A higiene correta ajuda a evitar o câncer de pênis, e o diagnóstico precoce da doença, que é essencial para o tratamento sem a necessidade de procedimentos mais radicais, como a amputação”, completa Abreu.
Fonte: BBC