A morte da líder quilombola Mãe Bernadete teria sido articulada a partir da insatisfação de um morador do Quilombo Pitanga dos Palmares, após a reprovação da ialorixá sobre exploração ilegal de madeira praticada por ele na região.
A conclusão é da Polícia Civil, divulgada nesta quinta-feira (16). A corporação indiciou seis envolvidos no assassinato de Mãe Bernadete, entre eles, o morador do quilombo que teria instigado os traficantes a cometerem o crime. Eles também foram denunciados pelo Ministério Público da Bahia.
De acordo com as investigações da polícia, dois executores, dois mandantes, um partícipe e um sexto envolvido, que guardou as armas usadas no crime e que deu apoio na fuga de um dos atiradores, foram identificados como responsáveis pela morte. Os cinco primeiros foram indiciados por homicídio e o sexto por posse ilegal de arma de fogo, em outro inquérito policial. Os procedimentos foram encaminhados para a Justiça no dia 9 deste mês.
Ainda conforme as investigações, o morador enviou áudios aos líderes do tráfico, informando que a vítima estaria acionando a polícia para desarticular eventos suspeitos, em um bar na comunidade Pitanga dos Palmares. Com as informações, um criminoso acusado de liderar o tráfico na região ordenou a morte de Mãe Bernadete aos executores. O morador facilitou a entrada dos autores do crime no imóvel de Mãe Bernadete.
Segundo o MP-BA, cinco denunciados são acusados de homicídio qualificado por motivo torpe, de forma cruel, com uso de arma de fogo e sem chance de defesa da vítima. Os suspeitos são identificados como: Arielson da Conceição Santos, Josevan Dionísio dos Santos, Marílio dos Santos, Sérgio Ferreira de Jesus e Ydney Carlos dos Santos de Jesus.
O órgão solicitou a prisão preventiva de Ydney de Jesus. Marílio, que possui quatro mandados de prisão em aberto, e Josevam estão foragidos. Arielson e Sérgio já estão presos. Não há detalhes de qual deles seria o morador do quilombo.
Fonte: Metro1