O Ministério Público Federal (MPF) obteve, na Justiça Federal, a condenação de um escrivão da Polícia Federal (PF) pelo vazamento de informações sigilosas relativas a investigação de exploração ilegal de minério, no Sertão pernambucano. Ele havia repassado a envolvidos nos crimes dados sobre diligência da PF que seria realizada em área de garimpo, em julho de 2020, nos municípios pernambucanos de Verdejante e Serrita.
O policial Marcos Henrique Pessanha foi condenado à perda do cargo público e a 2 anos e 6 meses de detenção. A Justiça converteu a prisão em duas penas restritivas de direitos, consistentes no pagamento de 10 salários-mínimos a entidade com finalidade social e na prestação de serviços comunitários uma hora por dia durante o prazo da condenação.
As informações sobre a diligência policial haviam sido repassadas pelo condenado a um suposto comprador do minério extraído irregularmente e ao policial militar João Genival de Sá, apontado pelo MPF como um dos líderes do esquema e réu em outro processo judicial de autoria do órgão.
Histórico – As investigações, conduzidas pelo MPF e pela PF, revelaram um esquema de extração ilegal de minérios de ouro e prata, desde a extração da pedra bruta in natura até a venda do produto a receptadores no Recife (PE) e em Juazeiro do Norte (CE). O minério era retirado de terrenos particulares e públicos, na zona mural de Verdejante, e transportado para beneficiamento em Serrita.
A primeira fase da Operação Frígia foi deflagrada em outubro de 2020 e a segunda, em abril de 2021. O MPF já ajuizou ações penais contra 14 dos envolvidos no esquema, pela suposta prática de crimes ambientais, usurpação de patrimônio da União, lavagem de dinheiro e organização criminosa.