Uma nova imagem com detalhes sem precedentes da Via Láctea foi lançada nesta quinta-feira (19) para marcar a segunda fase de uma das maiores pesquisas de rastreio da galáxia da qual o nosso Sistema Solar faz parte
Como resultado do levantamento gigantesco, que levou dois anos para ser concluído, cerca de 3,32 bilhões de objetos foram identificados, o que pode ser considerado o maior catálogo do tipo até então.
Por causa desse número hercúleo, um link foi divulgado para que astrônomos e o público possam explorar em detalhes todo o conjunto de dados, que cobre desde berçários de estrelas até nuvens de poeira e gás.
O estudo, que produziu mais de 10 terabytes de informação, foi encabeçado pela Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NSF), e utilizou dados da Câmera de Energia Escura do Observatório Interamericano Cerro Tololo (CTIO) do Chile.
Localizado nos Andes, a mais de 2.200 metros de altitude, o CTIO é um dos mais poderosos complexos de telescópios astronômicos do mundo e, justamente por causa dessa sua posição, seus instrumentos fornecem a astrônomos uma visão privilegiada do céu do Hemisfério Sul.
“Imagine uma foto de grupo de mais de três bilhões de pessoas e cada indivíduo é reconhecível!”, disse Debra Fischer, diretora da divisão de Ciências Astronômicas da NSF.
“Os astrônomos vão se debruçar sobre este retrato detalhado de mais de três bilhões de estrelas da Via Láctea até as próximas décadas”.
Em 2017, o mesmo grupo de pesquisadores divulgou o primeiro conjunto de dados da pesquisa, mas, na época, “apenas” 2 bilhões de objetos foram mapeados.
Nesta quarta (18), em um comunicado, os cientistas informaram que, desta vez, mais de 21.400 exposições individuais do céu do Hemisfério Sul foram feitas para capturar o plano galáctico.
Com isso, os cientistas afirmam que conseguiram catalogar cerca de 6,5% de todo o céu noturno.
“Uma das principais razões para o sucesso [desse projeto] é que simplesmente apontamos para uma região com uma densidade extraordinariamente alta de estrelas e tivemos o cuidado de identificar fontes que aparecem quase umas sobre as outras”, disse Andrew Saydjari, aluno de pós-graduação da Universidade de Harvard e principal autor do estudo, publicado nesta semana no Astrophysical Journal Supplement.