As eleições municipais de 2024 redesenharam o mapa político de Pernambuco e deixaram sinais claros para a corrida de 2026. A governadora Raquel Lyra (PSDB) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), ambos possíveis candidatos ao governo do estado nas próximas eleições, saem com números expressivos, mas em contextos diferentes que vão influenciar estratégias futuras.
Em termos de prefeitos eleitos, a governadora Raquel Lyra obteve uma vantagem considerável. Os partidos que compõem sua base de apoio elegeram 90 prefeitos, consolidando a tucana como uma força importante no estado. Já o grupo político de João Campos, atual prefeito do Recife, viu aliados conquistarem 70 prefeituras. Outros 22 prefeitos eleitos pertencem a partidos que oscilam entre o apoio a Raquel e a João, o que poderá ser um fator decisivo na disputa por apoios futuros.
No entanto, quando analisamos a distribuição populacional e o número de eleitores sob influência desses prefeitos, o cenário se inverte. Os prefeitos apoiados por João Campos estão à frente nas cidades com maior densidade populacional e somam um total de 4,4 milhões de eleitores. Em contraste, os prefeitos aliados de Raquel Lyra representam cerca de 2,2 milhões de eleitores, o que revela uma concentração de seu apoio em municípios menores.
Esse desequilíbrio em termos de volume eleitoral mostra que, apesar de ter o controle de mais prefeituras, Raquel Lyra ainda tem um desafio pela frente: conquistar o eleitorado das cidades mais populosas, onde João Campos mantém uma base mais sólida. O fato de os prefeitos de João estarem à frente em regiões com maior número de eleitores pode ser um trunfo importante em uma possível disputa estadual, especialmente se considerarmos que grandes colégios eleitorais, como Recife e sua região metropolitana, serão cruciais em 2026.
A diferença entre as estratégias de Raquel e João para 2026 será moldada pela geografia eleitoral que emerge dessas eleições municipais. Raquel precisa expandir sua influência para municípios com maior quantidade de eleitores, enquanto João Campos, embora com menos prefeituras, já conta com um eleitorado expressivo nas áreas mais decisivas do estado.
O cenário que se desenha é o de uma disputa equilibrada entre a governadora e o prefeito do Recife, ambos com redes de apoio espalhadas pelo estado, mas com desafios distintos a serem superados até 2026. A batalha será por cada eleitor e por cada cidade que possa oferecer o impulso necessário rumo ao Palácio do Campo das Princesas. A conferir.
Fonte: Blog do Mário Flávio