PMs utilizavam quartel para negociar drogas e tentavam interferir em prisões em delegacia e fórum

O Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE), esmiuçou um esquema criminoso formado por policiais militares e traficantes, que praticou crimes como extorsão, tráfico de drogas, tráfico de armas, receptação, corrupção e organização criminosa, em Fortaleza.

A teia criminosa, composta por 31 acusados pelo MPCE (sendo 17 policiais militares e ex-PMs e 14 traficantes), foi alvo das operações Gênesis IX e X, deflagradas no dia 2 de fevereiro deste ano. Na ocasião, 5 policiais foram presos e 24 mandados de busca e apreensão cumpridos. A denúncia do Ministério Público foi recebida pela Justiça Estadual, e os acusados viraram réus.

Conforme a denúncia do Gaeco, os agentes de segurança chegaram a combinar a entrega de um dinheiro, oriundo do tráfico de drogas, em um quartel da Polícia Militar do Ceará (PMCE); e tentavam interferir em prisões de comparsas dos seus aliados, durante o flagrante feito por outra composição militar, na delegacia da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) e até quando o caso já estava no Fórum Clóvis Beviláqua.

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práticas criminosas cometidas pela quadrilha, descritas na denúncia, foram descobertas através de interceptações telefônicas e extração de dados dos aparelhos celulares dos investigados.

Entre os crimes, uma negociação de drogas que terminou em um quartel da Polícia Militar, na Capital. O falecido sargento PM Antônio Iran Ferreira de Lima (morto em um acidente automobilístico, em 22 de setembro de 2018) teria procurado o sargento Jeovane Moreira Araújo – apontado como líder da organização criminosa – para repassar uma droga, pelo valor de R$ 1.550, no dia 14 de abril de 2017, segundo as investigações do Gaeco.

Jeovane afirma que vai pagar R$ 500 antecipado, e Iran pede para ele deixar o dinheiro no quartel, com outro policial militar. “Aqui, Excelência, chama-se a atenção para a ousadia dos policiais em realizarem o recebimento do dinheiro nas próprias dependências do quartel da Polícia Militar. No áudio, resta claro que, além de Jeovane e Iran, mais dois outros policiais também participaram do crime, sendo um deles referido como ‘recruta’, que é quem, por comum acordo, vai ganhar menos com a divisão”, descrevem os promotores de Justiça.

Fonte: Diário do Nordeste

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