Procuradores identificados com a direita enviaram ofício ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, pedindo autorização para criar associação que rivalizará com a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Aras recebeu o documento no último dia 23.
Os procuradores pretendem fundar a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (AMPF), uma entidade que, segundo eles, garantirá “incondicional observância à liberdade de expressão, opinião, ideologia, crença e religião”.
A AMPF aguarda o cadastro de pessoa jurídica na Receita Federal e precisa ser cadastrada por Aras no Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) e no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Na ata de fundação da AMPF, os procuradores citam que a criação da associação ocorreu no dia 13 de maio, aniversário da Lei Áurea, promulgada pela Princesa Isabel. Ressaltam, no entanto, que prevalecerá o entendimento para os integrantes não exercerem atividades político-partidárias.
A diretora-presidente da AMPF será a procuradora Zélia Luiza Pierdona, com Alexandre Schneider na vice. Ambos são identificados com a direita e assinaram um manifesto parabenizando Jair Bolsonaro pela indicação de Sergio Moro ao Ministério da Justiça, após a eleição de 2018.
Outro procurador que apoia a criação da AMPF é Anderson Vagner Góis dos Santos. Ele foi flagrado numa rede interna do MPF dizendo que mulheres deveriam ser obrigadas a manter relações sexuais no casamento e que o feminismo era um transtorno mental.
Fonte: Metrópoles