Em assembleia extraordinária realizada nesta quarta (17), convocada pela Associação dos Docentes (Adufepe), os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) aprovaram o estado de greve. A categoria vai enviar os documentos para a reitoria da instituição e, após o prazo legal de 72 horas, poderá paralisar as atividades. Mais de 40 mil estudantes poderão ficar sem aulas a partir da próxima semana.
Na quinta (18) e sexta (19) acontecerão mobilizações na UFPE e, se nada for definido, a paralisação começará na segunda (22). Na assembleia, 1.737 professores votaram de forma online, com 899 votos a favor, 795 contra e 43 abstenções.
Os docentes exigem um reajuste salarial de 22,7%. Mais cedo, vale salientar, servidores públicos de universidades e institutos federais se reuniram, em Brasília-DF, para uma marcha em direção ao Ministério da Gestão, na Esplanada dos Ministérios.
Ao todo, 51 universidades e 79 institutos federais estão em greve no Brasil por conta de pedidos de reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária, e revogação de normas aprovadas nos governos anteriores, de Michel Temer e Jair Bolsonaro. O Ministério da Gestão informou que vai apresentar uma proposta para a categoria até sexta (19).
Gustavo Seferian presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), contou que foi recusada inicialmente uma proposta do governo de reajuste de 4,5% no ano que vem e também em 2026 – mas sem reajuste para 2024.
Na semana passada, a ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, explicou que, em 2023, o governo concedeu reajuste de 9% para todos os servidores federais. Segundo ela, isso impactou no orçamento de 2024, o que impediu o aumento. O Andes instalou o Comando Nacional de Greve e parte dos grevistas estão em Brasília, onde se mobilizam em atos e eventos previstos.