Os professores da Universidade Federal de Rural Pernambuco (UFRPE) entraram em greve a partir desta segunda-feira (29). A categoria aderiu a uma mobilização nacional que reivindica reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária e revogação de normas aprovadas nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
Ao menos, 52 universidades e 79 institutos federais no Brasil estão em greve, de acordo com um levantamento realizado pelo g1 (saiba o que diz o governo federal sobre as reivindicações da categoria).
Segundo a Associação dos Docentes da UFRPE (Aduferpe), que lidera o movimento grevista na universidade, a greve foi aprovada em duas assembleias. A primeira foi realizada na Unidade Acadêmica de Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco, em 24 de abril, e a segunda na sede da Aduferpe, no Recife, no dia seguinte.
Em Serra Talhada, os professores decidiram pela paralisação, com 47 votos favoráveis, 6 contrários e 2 abstenções. Já na capital pernambucana, 141 docentes votaram a favor da greve, 10 foram contra e um se absteve.
Segundo a Aduferpe:
- O governo federal negou reajuste para 2024 e ofereceu 4,5% para 2025 e o mesmo percentual para 2026;
- Os professores da UFRPE tentaram negociar um reajuste de 22,71% ao longo de três anos;
- A proposta da categoria é que esse reajuste reivindicado seja dividido em três parcelas iguais de 7,06%, com pagamento a partir de maio de 2024;
- O governo federal não aceitou a proposta e “segue sem ceder para um aumento neste ano”.
Diante desse impasse, a duração da greve é imprevisível. Procurada pelo g1, a UFRPE informou que a adesão à mobilização é uma decisão individual de cada professor, então não há nenhuma alteração oficial no calendário acadêmico da universidade.
Governo federal
- Assinou um acordo as entidades representativas para reajuste de 52% no “auxílio-alimentação” a partir de maio de 2024, com pagamento em 1º de junho (passando de R$ 658 para R$ 1 mil);
- O acordo também aumentará o “auxílio-saúde” per capita, de R$ 144,38 para cerca de R$ 215, e o “auxílio-creche”, de R$ 321 para R$ 484,90;
- Em 2023, o governo já havia concedido 9% de aumento salarial linear para todos os servidores públicos federais;
- A última proposta apresentada, em 19 de abril, concede aos servidores um reajuste de, no mínimo, 23% para as carreiras de técnicos e de docentes, considerando o aumento de 9% dado em 2023;
- Para os técnicos, foi oferecido um reajuste salarial de 9% em janeiro de 2025 e outro de 3,5% em maio de 2026;
- Para os professores, o aumento salarial apresentado depende do nível da carreira em que o profissional se encontra;
- Também não há previsão de reajuste salarial em 2024 para a categoria.
“Com o reajuste de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% adicionais em maio de 2026, os aumentos poderão variar entre 12,8%, para o primeiro nível da carreira, a 16,1%, para professores titulares. Professores doutores no regime de 40 horas com dedicação exclusiva passarão a receber R$ 11.824,86 na entrada da carreira e R$ 25.982,49 no final”, disse o governo federal, em nota divulgada no dia 20 de abril.
UFPE e IFPE
A UFPE, desde o dia 11 de março, está com os servidores técnico-administrativos em greve. Desde 22 de março, os professores da instituição também aderiram à mobilização. O IFPE também enfrenta uma greve de servidores técnico-administrativos e professores, e o calendário letivo está interrompido desde 12 de abril.
Dos 16 campi do IFPE no estado, 12 estão com as aulas suspensas. Segundo o instituo, apesar da adesão de parte dos servidores, as aulas ainda seguem sendo ministradas em três unidades.
Confira os campi do IFPE sem aulas por causa da greve:
- Abreu e Lima, no Grande Recife;
- Barreiros, na Zona da Mata;
- Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife;
- Garanhuns, no Agreste;
- Igarassu, no Grande Recife;
- Ipojuca, no Grande Recife;
- Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife;
- Olinda, no Grande Recife;
- Paulista, no Grande Recife;
- Pesqueira, no Agreste;
- Recife;
- Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata.