Se o PT de Pernambuco estivesse de fato interessado em indicar o nome mais forte que tem para o Senado, não haveria mais o que discutir – seria o de Marília Arraes, deputada federal, que, por uma margem estreita de votos, não se elegeu prefeita do Recife há dois anos. Perdeu para seu primo João Campos (PSB).
Mas o senador Humberto Costa, que manda no PT, detesta Marília e sabotou sua candidatura a prefeita. O PSB apoiará Lula para presidente, como já foi anunciado, mas a seção pernambucana do partido se opõe à candidatura de Marília ao Senado. Se eleita, daqui a quatro anos, ela poderia disputar o governo.
E o governo está reservado para João, filho do ex-governador Eduardo Campos e bisneto do ex-governador Miguel Arraes. Marília é neta de Arraes. Se der certo, o plano de João é se reeleger prefeito em 2024, e dois anos depois eleger-se governador. Este ano, o candidato do PSB ao governo é o deputado Danilo Cabral (que organizou o golpe contra Dilma Rousseff, em 2016).
Pesquisas recentes de intenção de voto põem Marília nas alturas como eventual candidata ao Senado. Ela teria pouco mais de 25%, quase 10 pontos à frente do segundo colocado, Armando Monteiro Neto (PSDB). O deputado Carlos Veras (PT), candidato apoiado pela cúpula do seu partido, aparece com 1%.
Menos do que isso tem o ministro do Turismo, o sanfoneiro Gilson Machado (PSC), candidato de Bolsonaro. Machado está em penúltimo lugar, com 0,6% das intenções de voto. Para presidente, Lula tem no estado em que nasceu o triplo dos votos de Bolsonaro.
Por: Blog do Noblat