Ostentando o título de partido mais preferido do eleitorado, o PT sofre por contrapartida o dilema da fama de partido conflituoso e recheado de disputas.
Salgueiro tem um histórico de polarização entre dois grupos tradicionais da política e quando houve tentativa de emplacar outra via, o partido esteve por duas vezes competindo eleitoralmente com os dois grupos foi o PT.
Colecionando vitórias triunfantes em votações para a presidência do Brasil, o PT de Salgueiro não consegue mais emplacar uma pré candidatura competitiva.
A antiga divisão interna no partido de Lula em Salgueiro deve seguir com lideranças que defendem o crescimento do partido na cidade e no Estado, que conta com adesão de juventudes e petista tradicionais, e de outro, a ala interna que atende por “petistas queijo do reino”, popularmente conhecidos como pessoas filiadas ao PT à serviço do PSB, fazendo da sigla no município um puxadinho do partido do prefeito.
A razão para o racha interno dessa vez foi a sequência de episódios desde a investida sobre a Federação Brasil da Esperança (PT-PCdoB-PV), até o último fim de semana quando houve uma reunião.
“Uma ala do partido tem realizado reuniões secretas com o PSB, relativizando a manobra em que o prefeito articulou filiação arbitrária de um vereador de mandato vigente ao PC do B que participa da Federação Brasil da Esperança, sem diálogo com o PT e o PC do B municipais, através de conversas estaduais em gabinetes de influência. E por fim, uma reunião com uma parte da executiva do partido a portas fechadas, convocada pelo presidente, Dezinho do sindicato, na manhã do último sábado (27), sem que filiados pudessem participar, com o objetivo de decidir a favor de uma aliança na eleição municipal.” Disse uma fonte petista.
O que se discutiu na reunião e o que se decidiu em torno das eleições municipais era desconhecido, até que coincidentemente alianças foram anunciadas pelo prefeito pré-candidato à reeleição pelo PSB, em entrevista concedida nesta terça-feira ao Programa Política em Foco, da Rádio Vida FM.
E em razão disso muitos petistas insatisfeitos com a situação já não reconhecem a atual direção partidária como representativa e democrática. “A gente se surpreendeu com a convocação de uma reunião às vésperas. Além disso, nenhum regime de urgência havia para decidir sobre eleições, ainda por cima sem a presença de pré candidatos a vereança”, revelou uma fonte.