ESCRITO POR WELLINGTON RIBEIRO
Faltando apenas uma semana para tomar posse, a futura governadora Raquel Lyra tem neste últimos dias antes do fechamento do ano a missão e desafio de montar a sua equipe do secretariado. O silêncio da ex-prefeita caruaruense quanto aos nomes que devem compor este primeiro escalão tem gerado um clima de ansiedade na classe política.
Diferente da maioria dos que são eleitos governadores (as), Raquel Lyra não precisou recorrer a comum prática de obter apoios políticos por meio do loteamento dos espaços no Governo. Muito pelo contrário. Disputou uma eleição no 1º turno com um número diminuto de apoios, dos quais constavam apenas 8 prefeitos, 1 deputado federal e 1 estadual, além de poucas lideranças locais. O resultado é que surpreendeu nas urnas e foi para o 2º turno com uma campanha que apontava para um favoritismo de êxito na disputa. Nesta segunda etapa acabou recebendo uma avalanche de apoios, dos quais grande parte sequer tiveram a oportunidade de conversar com ela para condicionar esta adesão à compromissos futuros, já que a candidata se encontrava em estado de luto pelo falecimento do esposo. Agora, chegada a hora de montar a sua equipe, Raquel se encontra em uma situação bastante confortável, sem amarras e poucos compromissos. No entanto, isto não a desobriga a montar seu secretariado sem ceder espaço a partidos e lideranças.
Pelos sinais que tem emitido e o sentimento de insatisfação e frustração notado em algumas lideranças que a acompanharam desde o 1º turno e entre algumas que ingressaram no seu palanque no 2º turno, Raquel sugere que vai privilegiar a nomeação de quadros mais técnicos e que a acompanham desde a sua passagem pela prefeitura de Caruaru. Além disso, tem resistido a conceder secretarias com porteiras fechadas para partidos ou lideranças.
ESCALAÇÃO – Coordenadora da equipe de transição, a vice-governadora Priscila Krause tem que assumir papel de destaque no secretariado. Vista como um dos mais qualificados quadros da política pernambucana na atualidade, Priscila não pode ficar apenas na função de substituta de Raquel. Seria um desperdício comparado à seleção da Argentina jogar a Copa do Mundo com Messi no banco.
COMO SERÁ? – Raquel tem pela frente o desafio de não privilegiar de forma desproporcional partidos e lideranças na distribuição de espaços. Caso contrário estará passando de forma desnecessária, mas consciente, uma mensagem hostil àquele que a ajudou porém se viu contemplado de forma incompatível com o seu tamanho.
MDB – Partido que tem no senador licenciado Jarbas Vasconcelos a sua maior liderança no estado, o MDB hoje é tocado pelo senador Fernando Dueire. A sigla tem tudo para garantir o seu espaço no 1º escalão. Mas uma coisa é certa: O MDB de Dueire é bem diferente do MDB de Raul Henry. Contemplar Raul não é contemplar Dueire. Caso Raul figure no primeiro escalão ele deve ser contabilizado na cota pessoal de Raquel.
PODEMOS – Comando por Ricardo Teobaldo, o partido é visto com grande possibilidade de abocanhar um espaço no novo Governo. O que se comenta é que havendo um convite, a depender da relevância do posto, Teobaldo estaria mais inclinado a indicar um nome do que a assumir algo. Vamos aguardar!
PL – Apesar de não ter anunciado estrategicamente o apoio formal à Raquel no 2º turno para não levar a imagem do bolsonarismo para o palanque, o comandante do PL em Pernambuco, Anderson Ferreira, orientou o seu exército a caminhar com ela. Vale destacar que o PL terá 5 deputados estaduais na ALEPE a partir do próximo ano. Neste conjunto podemos contabilizar também o deputado Joãozinho Tenório do Patriota, aliado de Anderson e André Ferreira. Pelo tamanho do partido é esperado também que seja contemplado no 1º escalão.
CIDADANIA – Depois dos rumores de que Daniel Coelho teria ficado insatisfeito com o espaço que lhe foi oferecido, a expectativa é de o deputado federal seja colocado em um lugar de destaque tamanha a fidelidade e dedicação à eleição de Raquel. Fontes revelaram ao Blog que Daniel se sentiria contemplado em Desenvolvimento Urbano e Habitação ou Turismo. Ter Daniel em qualquer desses espaços seria um acerto.
PROGRESSISTAS – Liderado pelo deputado Federal Eduardo da Fonte, o PP foi um aliado importante no 2º turno levando a sua tropa em peso para Raquel. Além disso, o partido será na próxima Legislatura na ALEPE a 2º maior bancada no geral e a maior bancada da sua base de apoio. A nova governadora se reúne nesta segunda com Eduardo para definir o espaço do partido.
MIGUEL COELHO – Pertencente ao União Brasil, Miguel Coelho lidera a ala do partido que apoiou a ex-prefeita de Caruaru no 2º turno. Miguel e Raquel já tiveram duas conversas para definir o espaço do ex-prefeito de Petrolina no seu Governo, mas ambas foram inconclusivas. Irão se reunir novamente para ajustar os ponteiros e definir a secretaria que ficará sob o comando de Miguel. A pasta de Desenvolvimento Econômico estaria na mira.
GUILHERME COELHO – Candidato ao Senado na chapa de Raquel, o petrolinense tem o nome em alta para ocupar a Secretaria de Desenvolvimento Agrário, área que possui grande identificação.
REPUBLICANOS – Ganha corpo a informação de que Raquel teria aberto diálogo com a sigla comandada pelo deputado federal Silvio Costa Filho. Caso se confirme a participação no futuro Governo, o nome do deputado estadual eleito Mário Ricardo é visto como opção para o secretariado.
ARMANDO MONTEIRO – O ex-senador foi uma figura importante na campanha de Raquel, ajudando inclusive na abertura de palanques nos municípios. O que se tem notícia é que Armando não tem interesse algum em ser secretário, mas gostaria de emplacar Fred Loyo na Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
ALGUÉM RESPONDE? – Quais secretarias que Raquel Lyra irá distribuir para os partidos e lideranças?