Todo apego não é uma situação física, é um fenômeno mental que decorre independente da presença de determinada pessoa em nossa vida ou não.
O apego surge dentro da ideia de necessidade que temos em relação a essa pessoa. Ou seja, nos apegamos em razão das carências que carregamos dentro de nós.
É natural sentirmos falta de pessoas que por alguma razão não estão em nossas vidas momentaneamente, ou que saíram dela por diferentes razões. Nessas ocasiões sentimos falta da presença, dos momentos vividos, das emoções geradas pela convivência e da energia que aquela pessoa transmitia para nós. Apesar da falta e da saudade, compreendemos as circunstâncias que geraram aquela situação, e seguimos em frente carregando o melhor que ela nos deixou.
Já o apego necessita inconscientemente daquela pessoa em decorrência da ideia de que apenas ela pode suprir dentro de nós determinada carência. Quando estamos muito apegados a alguém a pergunta que devemos fazer é: sinto falta dessa pessoa ou da função que ela cumpria em minha vida?
Muitas vezes o que sentimos falta é da segurança, do amor, da aceitação, do carinho, da importância que sentíamos com a presença dessa pessoa e que ainda não aprendemos a sentir isso por si próprios. O apego faz das pessoas uma bengala emocional e nos mantém ligados mentalmente mesmo a quem já saiu das nossas vidas.
Só desapega de verdade aquele que olha para dentro de si e tenta suprir suas necessidades emocionais, identificando as crenças e ilusões que deram origem a essa carências e compreendendo que não é o outro que irá as preencher, apenas nós. É nesse momento que todo apego se transforma apenas em saudade ou libertação emocional.
Alexandro Gruber