O secretário de Habitação do Recife, Ermes Costa, voltou a se manifestar contra a possibilidade de privatização da Compesa, após o governo estadual indicar que estaria realizando estudos iniciais para viabilizar a concessão da autarquia.
Costa, que é filiado ao Partido dos Trabalhadores, afirmou que o modelo que o governo Raquel Lyra (PSDB) quer adotar é “fracassado em Alagoas e no Rio de Janeiro”.
“A água nem pinga nas torneiras e as contas estão mais caras, sobretudo aos mais pobres. Fora a falta de transparência e controle social”, declarou.
“No Rio de Janeiro, por exemplo, após a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), o percentual de tratamento de esgoto caiu 7% entre 2020 e 2021, conforme levantamento do Sindicato. Quando analisamos a experiência da privatização do saneamento em Alagoas, identificamos que a coberta de água tratada diminuiu, além do aumento acima da média das tarifas e de reclamações pela população”, relatou.
Ermes, que já foi diretor de Desenvolvimento e Sustentabilidade da Compesa, rechaçou a possibilidade da Compesa acumular prejuízo.
“A Compesa é superavitária e investiu nos últimos 10 anos mais de R$ 9,5 bilhões em ampliação da distribuição de água e esgotamento sanitário. Essa estratégia de sucatear para desgastar a imagem da Companhia é conhecida de todos nós. A direita privatista sempre utiliza dessa narrativa para vender o patrimônio do povo”, frisou.
Ele afirmou que os funcionários da companhia vão estar ativos contra a privatização.
“Estaremos mobilizados para combater esse absurdo. Vamos dialogar com a sociedade e mostrar que a privatização não é a solução. Queremos a Compesa pública e eficiente. A política pública de saneamento deve ser prioridade do Estado e não de governo”, finalizou.
Fonte: Jornal do Commercio