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Entidades promovem roda de conversa em Araripina (PE)

Iniciativa reuniu mulheres do campo e da cidade em alusão ao Agosto Lilás

Por Mariana Landim – Assessora de comunicação da ONG Chapada

Na última segunda-feira (28), cerca de 30 mulheres urbanas e rurais estiveram reunidas para conversar sobre relacionamentos abusivos e suas consequências no âmbito familiar. A ação teve como tema a Tolerância zero à violência contra as mulheres, e foi realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (STR) de Araripina.

Os trabalhos começaram com a leitura de um cordel sobre a violência contra a mulher. Logo em seguida, a psicóloga Apolônia Carvalho conduziu a conversa a partir de provocações sobre a temática, com a compreensão de que a violência é a expressão do patriarcado e do machismo em sociedade, causando danos físicos e psicológicos, além de profundo sofrimento emocional às mulheres.

Durante a roda de conversa, as participantes puderam refletir a partir da apresentação de imagens de casais que mostram situações de abuso, num contexto de violência doméstica. Foi discutida também a necessidade da mulher identificar os sinais de abusos e buscar ajuda, para romper com o ciclo de violência, que muitas vezes tem como conseqüência o feminicídio.

“Avaliamos que o nosso objetivo foi alcançado, uma vez que as mulheres se sentiram muito a vontade para compartilhar suas angústias, experiências e dúvidas em relação ao assunto. Além disso, as participantes tiveram a oportunidade de pensar alternativas coletivamente junto as outras companheiras que vivenciam situações semelhantes”, destaca a coordenadora de projetos do Chapada, Valéria Landim.

O encerramento do evento foi marcado por abraços e distribuição de mensagens de afeto.

A ação aconteceu por meio da parceria do Centro de Habilitação e Apoio ao Pequeno Agricultor do Araripe (Chapada), Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Araripina, Associação Municipal de Mulheres Urbanas e Ruralistas de Araripina (AMMURA) e Fórum de Mulheres do Araripe.

Agosto Lilás e a importância do enfrentamento à violência contra a mulher

Krav Magá é modalidade que ajuda a salvar vidas

Sancionada em 12 de agosto de 2022, a Lei 14.448/22 instituiu o Agosto Lilás em âmbito nacional, chamando a atenção para o enfrentamento da violência contra a mulher, reforçando a importância da Lei Maria da Penha, vigente desde 2006.

Ações de conscientização precisam ser cada vez mais difundidas, pois, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de feminicídios foi recorde no ano passado, se comparado à base iniciada em 2015, quando a lei foi legitimada. A pesquisa mostra que um terço das mulheres brasileiras já tiveram algum acontecimento de violência física ou sexual em algum estágio da vida.

Só neste primeiro semestre, no Estado de São Paulo, os casos de feminicídio subiram 36% em relação ao mesmo período de 2022, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP).

Neste cenário, técnicas de defesa pessoal entram como aliadas no combate desses altos índices de violência contra a mulher, como é o caso do Krav Magá, que se destaca pelos golpes curtos e rápidos, visando atingir o agressor nos pontos sensíveis, sem a necessidade de empregar força física.

Segundo Avigdor Zalmon, presidente da Federação Internacional de Krav Magá, a modalidade é bastante procurada pelo sexo feminino, já que a empregabilidade dos golpes corretos consegue neutralizar o oponente. “Dentro de nossos centros de treinamento, mais de 30% dos alunos são mulheres que aprendem a se defender da violência. Além de se sentirem mais seguras, o Krav Magá recupera a autoconfiança e autoestima delas”, informa Zalmon.

Comprando literalmente a briga pela causa da violência contra a mulher, a Federação Internacional de Krav Magá realiza todos os anos eventos gratuitos com o objetivo de ajudar mulheres a se defenderem da violência doméstica e urbana.

Em março deste ano, a Federação realizou um mês de treino especial para as mulheres na Casa da Mulher Brasileira, e ainda arrecadou alimentos não perecíveis que foram entregues à instituição.

“Ensinamos as pessoas a se protegerem, preparando-as para lidar com qualquer adversidade e o que mais me gratifica é saber que por conta do Krav Magá, vidas estão sendo salvas e as mulheres estão cada vez mais conscientes de que saber se defender é prioridade”, finaliza o professor.

Vale ressaltar, que em qualquer caso de violência, o número 180, da Central de Atendimento à Mulher, é próprio para denúncias. Ele presta escuta e acolhida às mulheres em situação de violência. As ligações são gratuitas e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, direcionando as vítimas para os pontos de atendimento mais próximos.