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Amazônia Legal: desmatamento cai 61% em janeiro

A área agregada de desmatamento na Amazônia Legal, em janeiro, foi de 167 quilômetros quadrados, uma redução de 61% em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado, quando chegou a 430 quilômetros quadrados. Os dados preliminares foram divulgados hoje (10) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com base nos alertas feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).

Com uma área de 5 milhões de quilômetros quadrados, o que corresponde a 59% do território brasileiro, a Amazônia Legal é formada pelos estados do Acre, do Amapá, do Amazonas, do Mato Grosso, do Pará, de Rondônia, de Roraima, de Tocantins e parte do Maranhão.

O Deter é um levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia, feito pelo Inpe.

Segundo o instituto, “o sistema dá suporte à fiscalização e controle de desmatamento e da degradação florestal realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e demais órgãos ligados a esta temática”.

O Deter captura apenas parte das alterações ocorridas, devido à menor resolução das imagens/sensores utilizadas e também as restrições de cobertura de nuvens. Por isso, os dados podem ser revisados.

A base de referência para a medição do desmatamento no país é realizada pelo Prodes (Projeto e Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), cuja base de dados é considerada mais confiável, com um nível de precisão próximo a 95%.

Atualmente, três sistemas monitoram a Amazônia Legal, cada um com uma função diferente. Além do Prodes e do Deter, o Inpe usa também o Sistema de Detecção de Exploração Seletiva (Detex).

Desmatamento na Amazônia cresce em 2022 e é o maior em 15 anos

Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostram um crescimento de 23% nos índices de desmantamento da Amazônia em novembro (590 km² da floresta). Com isso, no acumulado do ano, 2022 desponta com a pior taxa dos últimos 15 anos.

Segundo os dados, o acumulado desde janeiro chegou a 10.286 km², o equivalente a 3 mil campos de futebol devastados por dia.

Em meio a recordes negativos, o Pará lidera a lista dos estados que mais devastaram a região amazônica em novembro de 2022. Foram 276 km² devastados, o que representa quase metade (47%) do desmatamento total durante o mês.

No Amazonas e Mato Grosso, o desmatamento ocorre, na maioria das vezes, em regiões com grande presença agropecuária. No estado da região Norte, a derrubada da floresta também ocorreu em áreas de proteção ambiental, como a unidade de conservação Caverna Maroaga e a terra indígena Waimiri Atroari.

Segundo a pesquisadora do Imazon, Bianca Santos, uma das consequências do aumento do desmatamento na Amazônia são as queimadas.

Conforme dados do TerraBrasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2022, Rondônia foi o quarto estado que registrou focos de incêndio na região. O estado ficou apenas atrás do Pará, Mato Grosso e Amazonas.

Práticas silênciosas

Além das marcas preocupantes, o possível crime ambiental na Amazônia preocupa pesquisadores. Fontes anônimas da Comissão Pastoral da Terra (CPT) revelam que o “desmatamento tem acontecido de maneira silenciosa”.

De acordo com pessoas do CPT, o modus operandi dos criminosos consiste em arrancar a floresta, cavar uma vala e enterrar as árvores para depois usarem um maquinário e destocar as raízes da terra e começar o cultivo de soja.

Uma das fontes da Comissão espera que a gestão do Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva (Rede), fortifique o processo de fiscalização de crimes ambientais e puna, de acordo com a lei, os envolvidos.

“Punir as pessoas que estão cometendo crimes ambientais, principalmente investigar os grupos que estão sendo organizados para invadir as reservas extrativistas principalmente aqueles que adentram as terras indígenas”, diz fonte anônima do CPT.

Fonte: Metrópoles

Supremo determina reativação do Fundo Amazônia

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou hoje (3) que o governo federal reative o Fundo Amazônia, criado para captar recursos e financiar medidas de proteção ao meio ambiente na região. Pela decisão da Corte, a União terá prazo de 60 dias para cumprir a medida.

O julgamento da questão foi iniciado em outubro deste ano e finalizado na sessão desta tarde. Na semana passada, o plenário formou maioria para determinar a reativação do fundo.

A Corte julgou uma ação declaratória de omissão para garantir o funcionamento do fundo. A ação foi protocolada em junho de 2020 por partidos de oposição, entre os quais, o PT, o PSB e o PSOL, além de entidades ligadas à defesa do meio ambiente. Todos pedem que o Supremo reconheça a suposta omissão do governo federal em implantar medidas para o desbloqueio de R$ 1,5 bilhão em recursos do fundo.

Criado em 2008, o fundo recebe doações de instituições e governos internacionais para financiar ações de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia Legal. Em 2019, a Alemanha e a Noruega suspenderam os repasses para novos projetos após o governo brasileiro apresentar sugestões de mudança na aplicação dos recursos e extinguir colegiados de gestão do fundo.

Fonte: Agência Brasil