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Outubro Rosa: conheça os direitos das pacientes com câncer

Benefícios vão desde a gratuidade no transporte público até a isenção do Imposto de renda

O mês de outubro é marcado por diversas iniciativas em prol da campanha “Outubro Rosa”, que tem como objetivo compartilhar informações sobre o câncer de mama e, mais recentemente, câncer do colo do útero, promovendo a conscientização sobre as doenças, proporcionando maior acesso aos serviços de diagnóstico e contribuindo para a redução da mortalidade. Muitas pacientes de câncer não sabem, mas além do direito básico de acesso ao tratamento de saúde, outros direitos e benefícios podem auxiliar no tratamento e contribuir, de diferentes maneiras, para melhorar a qualidade de vida.

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Mais de 270 mil mulheres serão diagnosticadas com câncer de mama e colo do útero até 2025

Durante a Campanha Outubro Rosa, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) apela para que a população feminina a partir de 40 anos faça mamografia anualmente e cultive hábitos saudáveis

Apenas no Brasil, para cada ano do triênio 2023-2025, são estimados 73.610 casos de câncer de mama e 17.010 de colo do útero. No total, mais de 270 mil mulheres serão diagnosticadas com esses dois tipos de tumores, os quais ocupam, respectivamente, a 1ª e 3ª posições  no ranking de tipos de câncer que mais acometem o sexo feminino. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam a mortalidade de 18.361 mulheres por conta do câncer de mama e 6.606 por consequência do câncer de colo do útero.

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Amamentação pode reduzir o risco de câncer de mama

O câncer de mama é o segundo mais incidente no mundo (2,1 milhões) e a principal causa de morte por câncer entre as brasileiras, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Na última semana do Outubro Rosa, especialistas alertam para formas de prevenção contra a doença.

Segundo a obstetra e ginecologista Lorrainy Rabelo, o câncer de mama é resultado de uma multiplicação de células anormais que formam um tumor com potencial de invadir a mama e se disseminar para outros órgãos.

A obstetra explica que não existe uma única causa para a doença, “Os fatores de risco são vários. Obesidade, sedentarismo, consumo de tabaco, assim como bebida alcoólica. E também os fatores hereditários: história de câncer de ovário, de câncer de mama,   em mama nos homens da família. E também em casos de câncer de mama em mãe, irmã ou filha, principalmente antes dos 50 anos de idade”.

Lorrainy ainda alerta para a importância da prevenção do câncer de mama, e dentre os fatores que reduzem o risco da doença, está a amamentação.

Segundo estudo do Fundo Mundial de Pesquisa contra o Câncer (WCRF), amamentar protege a mãe do câncer de mama em todas as fases da vida e reduz a exposição a hormônios que aumentam o risco da doença. Além disso, amamentar por dois anos reduz em 10% o risco de câncer ao longo da vida. Quanto maior o tempo de aleitamento materno, maior o benefício.

A pediatra e neonatologista Mariana Palhares Temer explica que isso acontece porque quando a mãe entra no processo de aleitamento materno, as células da glândula mamária estão no ápice da diferenciação celular. “Tá chegando no máximo da sua capacidade e maturidade de realizar sua função, sua finalidade de existência. Dessa forma, a gente consegue fazer com que diminua o risco de mutações que possa acontecer nas células da glândula mamária”, informa.

A pediatra cita outros benefícios da amamentação para a mãe, como a redução do risco de câncer de ovário, a diminuição do tempo de sangramento pós-parto e o auxílio no emagrecimento para retomar o peso pré-gestacional. Já para o bebê, as vantagens são proteção contra infecções, problemas alérgicos e constipação intestinal; além de aumentar o laço afetivo entre mãe e filho.

A arquiteta e urbanista Caroline Fuzaro, 24, atualmente dedica seu tempo para cuidar da filha Sofia, de 4 meses. Ela conta que não sabia da importância da amamentação para a prevenção do câncer de mama, “acho muito interessante, e eu acho que se as mulheres soubessem o quão importante é sobre a questão de se proteger contra o câncer de mama, acho que elas priorizaram mais ainda a amamentação”.

Ela ainda conta que pretende amamentar a filha até os dois anos de idade, assim como Livia Oliveira, 19, mãe de uma menina de 1 ano e 2 meses. “Eu acho que amamentação além de alimentar a criança, é um ato muito amoroso, sabe? É muito bom você poder acalmar seu filho colocando no peito. E, querendo ou não, é um momento muito aconchegante, sabe?”, afirma Livia.

Outras formas de prevenção contra câncer

Por ser uma doença sem uma única causa, existem diversas formas de prevenção contra o câncer de mama. O epidemiologista e chefe da divisão de detecção precoce de câncer e apoio à rede do INCA, Arn Migowski, informa que uma dieta saudável é importante para reduzir o risco de câncer. “Alimentação saudável, né? Alimentos não processados, alimentos ricos em fibras. Evitar carnes processadas, que são, por exemplo, salame, presunto, apresuntado, mortadela, linguiça, salsicha, bacon. Evitar esse tipo de alimento. Evitar o consumo de álcool também, que está associada ao aumento de risco de alguns tipos de câncer, reduzir esse consumo de bebidas alcoólicas”, explica.

Além disso, alerta para a importância de atividades físicas, que diminuem o risco de obesidade e impactam diretamente na prevenção de formação para o câncer de mama. Exames de rotina também são fundamentais na prevenção. De acordo com Arn, eles permitem que caso haja um diagnóstico de câncer, ele seja dado em fases muito iniciais.

Fonte: Brasil 61

Especialista reforça a importância dos exames preventivos contra o CA de mama

Segundo INCA, no ano de 2021 foram estimados 66.280 novos casos de câncer de mama.

O câncer de mama é o crescimento descontrolado de células da mama que adquiriram características anormais (células dos lobos, produtoras de leite ou dos ductos, por onde é drenado o leite), causadas por uma ou mais mutações no material genético da célula.

É o segundo tipo de câncer mais frequente em todo o mundo, acomete principalmente as mulheres, porém homens podem desenvolver o tumor também. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, (INCA), para o ano de 2021, foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres.

Realizar exames preventivos é um dos principais fatores para obter um diagnóstico precoce da doença e garantir boas chances de cura. Quando diagnosticado na fase inicial, há 95% de chance de cura. Por isso, é extremamente importante estar em dia com os exames de rotina e, para mulheres acima de 40 anos, é fundamental fazer a mamografia preventiva anualmente. “É um exame que eu considero como um dos procedimentos mais eficazes na detecção precoce da doença”, explica Jorge Mendes, ginecologista do hospital HSANP.

Sintomas

Quando pensamos em câncer de mama logo vem à mente a ideia do surgimento de um nódulo, mas nem sempre é assim. “Há outros sinais e sintomas que merecem total atenção e precisam ser comunicados a um médico especialista assim que notados. É importante entender que a maioria dos nódulos na mama não é câncer. Muitos podem ser benignos, com crescimentos anormais, mas não se disseminam. Vale ressaltar que qualquer alteração precede a realização de exame de diagnóstico para determinar se é benigna (ou não) e se isso pode implicar em um risco de desenvolvimento de um tumor maligno no futuro” alerta.

Ele pode apresentar várias manifestações como:

  • Inchaço de toda ou parte de uma mama (mesmo que não se sinta um nódulo);
  • Nódulo único endurecido;
  • Irritação ou abaulamento de uma parte da mama;
  • Dor na mama ou mamilo;
  • Inversão do mamilo;
  • Eritema (vermelhidão) na pele;
  • Edema (inchaço) da pele;
  • Espessamento ou retração da pele ou do mamilo;
  • Secreção sanguinolenta ou serosa pelos mamilos;
  • Linfonodos aumentados.

Infelizmente, a medicina ainda não evoluiu a ponto de termos uma solução única para a prevenção do câncer de mama, pois alguns fatores de risco não são possíveis de serem controlados como a questão genética. Mas, podemos adotar muitas medidas preventivas, como por exemplo alguns hábitos que podem reduzir pela metade as chances de desenvolver a doença”, finaliza o especialista.

Mês de conscientização sobre os cuidados com o câncer de mama

Monumentos de Brasília iluminados de rosa para a campanha Outubro Rosa. Movimento mundial de conscientização sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama (Valter Campanato/Agência Brasil)

O mês de outubro é destinado a chamar a atenção das mulheres, no mundo inteiro, para a conscientização sobre os cuidados relacionados a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do câncer de mama. Também conhecido como Outubro Rosa, este ano completa 14 anos no Brasil.

De acordo com o relatório anual sobre o câncer de mama realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, excluídos os tumores de pele do tipo não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas no Sul e Sudeste.

O relatório confirma que neste ano de 2022 foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres. O câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. A incidência e a mortalidade por esse motivo tendem a crescer progressivamente a partir dos 40 anos.

Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de mama é um grupo heterogêneo de doenças, com comportamentos distintos. A heterogeneidade deste câncer pode ser observada pelas variadas manifestações clínicas e morfológicas, diferentes assinaturas genéticas e consequentes diferenças nas respostas terapêuticas.

Outubro Rosa: médica explica sobre o câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce

Sintomas

O sintoma mais comum da doença é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos.

Outros sinais de câncer de mama são edema cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo; e secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada, devido à presença de glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.

Prevenção

O mastologista e presidente da Comissão Especializada em Mastologia da Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia, Felipe Zerwes, explica que alguns hábitos saudáveis diminuem comprovadamente a possibilidade de uma mulher ter câncer de mama.

“Dentre as formas de prevenção para o câncer de mama, nós podemos destacar o que a gente chama de prevenção primária que é tentar diminuir os fatores de risco para a doença através de hábitos saudáveis, por exemplo, alimentação saudável, atividade física regular, cessação de tabagismo e diminuição de ingestão alcoólica”, completa.

O mastologista também diz que existe uma outra forma de cuidado, chamada prevenção secundária. Acontece quando a doença é detectada em uma fase mais inicial, ou seja, antes de se tornar sintomática.

Em coletiva à imprensa para a divulgação das ações do Outubro Rosa nesta quarta-feira (19), o Ministro da Saúde Marcelo Queiroga destacou a prioridade da pasta para essa questão.

“Nós alocamos todos os anos mais de 2,6 bilhões de reais para o enfrentamento ao câncer. Esses recursos são despendidos principalmente na atenção especializada à saúde”, completa o ministro.

A organização não governamental (ONG) Mulher Consciente produziu “Um guia prático para o cuidado de todas as mulheres”, disponível no site mulherconsciente.com.br. O guia contém informações sobre fatores de risco, sintomas, diagnóstico, tratamento, entre outros, sobre o câncer de mama.

Fonte: Brasil 61