Chuvas fortes têm provocado alagamentos e deixam várias regiões litorâneas em alerta;
De acordo com a professora do curso de Engenharia da Faculdade Anhanguera, Geiziane Oliveira, estamos vivendo um ano com climas atípicos e eventos climáticos extremos por dois fatores: o aquecimento global e a chegada do El Niño.
“Em razão das mudanças climáticas e uso não sustentável dos recursos naturais, ocorrerão eventos extremos com a incidência de fenômenos mais intensos como furacões, tufões, tempestades tropicais e secas extremas”, aponta.
No Brasil, a expectativa é que o El Niño provoque o aquecimento das temperaturas em até 2,5ºC em alguns locais, podendo refletir em um inverno mais quente em algumas regiões e em outros mais radical. No Nordeste, as chuvas fortes têm provocado alagamentos e deixado várias regiões litorâneas em alerta. Alagoas e Pernambuco, por exemplo, ainda sofrerão com problemas ao longo desta semana, mas a tendência é que os temporais percam força com o passar dos dias.
Para se preparar para os impactos, o especialista chama a atenção para a prevenção de tragédias e orienta que estabelecer políticas de gestão de riscos é essencial nesse período.
“Este fenômeno climático pode afetar especialmente comunidades vulneráveis, causando danos à infraestrutura, interrupção no abastecimento de alimentos e aumento do preço dos produtos básicos. Portanto, medidas de apoio, como programas de assistência social e reabilitação de infraestrutura, são essenciais para lidar com os impactos e garantir a resiliência das pessoas que podem ser afetadas”, alerta.
Geiziane Oliveira salienta que neste cenário há formas de prevenir que algumas regiões sejam menos impactadas nesses casos de eventos climáticos extremos.
“Com os indícios de climas atípicos é possível realizar um planejamento prévio da infraestrutura urbana implantando uma gestão de risco e sendo orientada por um zoneamento ambiental, assim como ampliar as discussões e políticas públicas, onde esteja considerada a possibilidade de catástrofes ambientais com restrição de uso de uma área sensível e a criação de um sistema de alerta precoce e monitoramento de áreas vulneráveis”, sugere.
Outro ponto de atenção levantado pelo especialista é que nesse contexto, a conscientização da população para a busca do desenvolvimento sustentável para a preservação do meio ambiente e melhor forma de utilização dos recursos naturais deve ser enfatizada e discutida amplamente na sociedade.
“A série de mudanças climáticas ocorridas nos últimos tempos é fruto das práticas não sustentáveis utilizadas, entre elas, o desmatamento, emissão dos chamados gases de efeito estufa, poluição das águas, entre outras. Essas ações contribuem diretamente para o desequilíbrio ambiental, o que reflete principalmente nas estações fora do comum que o planeta vem vivendo. Precisamos ter essa conscientização em nosso contexto social”, enfatiza.