O Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou nesta terça-feira a Operação Penalidade Máxima II com o objetivo de cumprir mandados de busca e de prisão preventiva contra envolvidos na manipulação de resultados de jogos de futebol no Brasil. Segundo as investigações, um grupo criminoso atuava em partidas da Série A do Brasileiro e em cinco campeonatos estaduais, cooptando atletas pagando a eles entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para cumprirem determinadas ações durante o jogo, como tomar um cartão ou cometer um pênalti.
As investigações tiveram início no final do ano passado, partindo justamente de denúncias feitas por um dirigente de um dos clubes envolvidos. Hugo Jorge Bravo, que além de presidente do Vila Nova também é policial militar, descobriu que o volante Romário, que atuava no clube goiano à época, aceitou R$ 150 mil para cometer um pênalti na partida contra o Sport, pela Série B do Brasileiro.
O jogador — que já havia recebido R$ 10 mil antecipados — acabou, porém, nem sendo relacionado para a partida, o que impediu a consumação da fraude. Jorge Bravo descobriu a história, recolheu provas e levou ao Ministério Público do estado, dando origem à operação “Penalidade Máxima”, que resultou nas ações realizadas pelo órgão nesta terça-feira.
A ação desta terça é um desdobramento da Operação Penalidade Máxima, deflagrada em fevereiro e que resultou na denúncia de 14 pessoas, entre elas oito jogadores de futebol, na Série B. Os alvos da ação desta terça-feira tinham o modus operandi semelhante ao aplicado em partidas da segunda divisão.
A investigação identificou que a organização criminosa teria atuado “concretamente”em pelo menos cinco jogos da Série A do Brasileirão do ano passado. De acordo com o MPGO, os suspeitos ainda teriam tentado manipular cinco partidas de campeonatos estaduais, entre eles Goianão, o Gaúchão, o Mato-Grossense e Paulistão.
“A investigação indica que as manipulações eram diversas e visavam, por exemplo, assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo”, informou o MPGO em nota.
Segundo o MPGO, os jogadores eram demandados para realizar condutas previamente estabelecidas. O objetivo seria a obtenção de “grandes lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas”. Para isso, os envolvidos usavam contas cadastradas em nome de terceiros.
Veja abaixo a lista dos jogos investigados pelas autoridades nessa fase da operação:
- Juventude x Palmeiras, no dia 10 de setembro de 2022
- Santos x Avaí, no dia 5 de novembro
- Bragantino x América Mineiro, no dia 5 de novembro
- Goiás x Juventude, no dia 5 de novembro
- Cuiabá x Palmeiras, no dia 6 de novembro
- Santos x Botafogo, no dia 10 de novembro
Há ainda jogos de campeonatos estaduais que também foram alvos do MP. Tratam-se de partidas como Goiás x Goiânia, Caxias x São Luís, Bento Gonçalves x Novo Hamburgo, Luverdense x Operário de Várzea Grande, Guarani x Portuguesa.
Fonte: O Globo