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Eduardo Bolsonaro ‘parte para cima’ de deputado do PT após discussão sobre facada

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) “partiu para cima” do também parlamentar Dionilso Marcon (PT-RS), nesta quarta-feira, após uma discussão sobre a facada sofrida em 2018 pelo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ambos debatiam na Comissão de Trabalho da Câmara, quando o filho do ex-presidente citou o atentado cometido contra o então candidato. Marcon afirmou que a “facada foi fake”. Eduardo levantou da cadeira e precisou ser contido pelos colegas. Ele chamou Marcon de “veado” e pediu para que repetisse a frase.

Segurado pelos colegas, Bolsonaro reagiu aos pedidos para que respeitasse o decoro da Casa: “Queria me tirar do sério? Consegiu. Decoro? Olha o que este veado está falando aqui! Não houve sangue? Desde quando a faca foi fake? Vocês tentaram matar o meu pai e agora querem me tirar do sério. Te enfio a mão na cara e perco o mandato com dignidade, seu filho da puta. Tá achando que está na internet?” – disse em voz alta.

INQUÉRITOS

A PF abriu dois inquéritos para apurar a facada contra Bolsonaro. Um em 2018, logo após o atentado, e outro que só foi concluído em maio de 2020. A segunda apuração foi iniciada por decisão da própria PF para assegurar que não houve a participação de terceiros, com um eventual mandante hipótese descartada após as investigações.

Nos documentos que compõem as investigações, a polícia citou vários pontos para demonstrar que não houve participação de mais pessoas além de Adélio no crime.

Segundo a PF, foram analisados 2 terabytes de imagens, incluindo mais de 150 horas de gravação de câmeras de segurança em Juiz de Fora ou feitas por pessoas que as pulicaram nas redes sociais. A apuração também checou 1.200 fotos do dia do atentado.

Além disso, a PF vasculhou mais de 250 gigabytes de informações em mídia, incluindo dados de celulares e computador, além de 600 documentos. Analisou ainda 6 mil comunicações de mensagens instantâneas, e periciou computadores da lan house que Adélio frequentava.

Outro ponto destacado pela polícia foram as 40.508 mensagens nas contas de e-mail de Adélio a partir de 2016, que não mostraram qualquer indício de que houve a participação de outras pessoas no crime cometido por ele.

As mensagens do Facebook de Adélio também não revelaram indícios de participação de outras pessoas. A PF cruzou ainda informações nos celulares de Adélio e dados cadastrais de 16,2 milhões de pessoas filiadas a todos os partidos políticos.

As quebras de sigilo bancário não revelaram aportes suspeitos, e o único valor na conta de Adélio que chegou a levantar alguma suspeita dos policiais era, na verdade, fruto de uma ação trabalhista movida por ele. Houve também 17 quebras de sigilo telefônico, das quais 12 de números diretamente relacionados a Adélio, mas nada apontou a participação de terceiros.

A PF também investigou quem pagou um curso de tiro que Adélio realizou em Santa Catarina meses antes do atentado. A conclusão foi que ele mesmo financiou a atividade.

CONFISSÃO

Em depoimento que prestou em agosto de 2019, o próprio Adelio disse que “nunca concordou com a tese de defesa de seu advogado, que alegou sua insanidade mental” e que “é réu confesso e gostaria de ter sido tratado como tal somente”.

A PF também periciou a faca usada por Adélio e constatou que “é dotada de lâmina afiada e ponta, sendo eficaz para causar feridas incisas e pérfuro-incisas, além de possuir cabo de plástico, eficaz para causar feridas contusas”. Estimou até mesmo seu valor de mercado: R$ 7.

Fonte: O Globo